“Golpes de Estado criam instabilidade nos países limítrofes e no continente africano em geral” – PR

O Presidente da República, João Lourenço, demonstrou esta quarta-feira, 31, por ocasião do Dia da Paz e Reconciliação em África, preocupação com o número crescente de focos de tensão e conflitos intensos no continente africano.

O Chefe de Estado, denominado pela União Africana, em 2022, Campeão para a Paz e Reconciliação no continente, citou como exemplo a guerra no Sudão e os golpes de Estado na África Ocidental e Central, “os quais têm dilacerado vidas humanas e provocado a destruição da estrutura social e material das sociedades e das famílias, onde ocorrem essas disputas, criando instabilidade nos países limítrofes e no continente em geral”, referiu.

Neste momento, o Gabão encontra-se suspenso da Comunidade Económica dos Estados da África Central (CEEAC), devido golpe de Estado, no passado 30 de Agosto, que resultou na deposição do presidente Ali Bongo, desencadeando, na sequência, atritos diplomáticos com Angola.

Na região do Sahel, Níger, Mali e Burkina Faso deixaram a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, desafiando a pressão dos líderes da CEDEAO para restaurarem o regime constitucional.

Os três países estavam suspensos do bloco regional, desde a tomada do poder pelos militares, no Níger, a 26 de Julho de 2023, que seguiu-se aos Golpes de Estado no Burkina Faso, em Setembro de 2022, e no Mali, em Maio de 2021.

“Não há outras opções que não sejam a identificação da paz, da segurança e da estabilidade, para cuidarmos da urgente tarefa que consiste na criação de condições humanas e materiais, com o objectivo de promover o desenvolvimento económico e a melhoria das condições de vida das nossas populações”, vincou.

João Lourenço disse, igualmente, que desde 2022, tem se dedicado com maior empenho na resolução do conflito no Leste da República Democrática do Congo, bem como contribuído na normalização das relações político-diplomáticas entre a RDC e o Rwanda, com Kigali e Kinshasa de costas viradas, desde a retomada dos confrontos com os rebeldes do M23 na região.

De ressaltar, que o continente africano celebra hoje, pela segunda vez, o Dia da Paz e Reconciliação, na sequência da Declaração da 16ª Sessão Extraordinária da Assembleia de Chefes de Estado e de Governo da UA sobre o Terrorismo e as Mudanças Inconstitucionais de Governo em África, realizada em Maio de 2022, em Malabo, Guiné Equatorial.

“Realço, nesta data, a grande importância que deve passar a assumir para todos os africanos e principalmente para os jovens as iniciativas que levam à construção de uma cultura de paz e se inclinem para a diplomacia preventiva como vectores insubstituíveis de prevenção de conflitos no nosso continente”, destacou, o Chefe de Estado angolano.