Politica
“O desafio de hoje é o da consolidação da democracia” – João Lourenço
“O desafio de hoje é o da consolidação da democracia, da diversificação e fortalecimento das nossas economias, do aumento da oferta de bens e serviços, do aumento das exportações e do aumento da oferta de postos de trabalho para a redução do desemprego”.
Com estas palavras, o Presidente da República, João Lourenço, marcou a sua participação na cerimónia de Estado, no Centro Cultural de Belém, em alusão aos 50 anos da Revolução dos Cravos, que assinalou a queda do Estado Novo e a transição democrática em Portugal, e, o alcance da independência das antigas colónias.
O Chefe de Estado angolano aproveitou a ocasião para mencionar os grandes conflitos que assolam o mundo, a saber, a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e a escala do conflito no Médio Oriente.
“Nesta data em que comemoramos os cinquenta anos do 25 de Abril, o mundo assiste com preocupação ao crescimento e proliferação de movimentos extremistas, da xenofobia, do neonazismo, da intolerância política e do fundamentalismo religioso, do terrorismo, que ameaçam as democracias e procuram, por meios democráticos nalguns casos mas, sobretudo, por métodos e caminhos inconstitucionais, chegar ao poder”, disse e fez um apelo para que “juntemos mais uma vez as nossas vontades e energias para enfrentar e derrotar estas forças negativas que hoje se apresentam com novas roupagens, mas que ameaçam as liberdades fundamentais dos cidadãos, a vida humana e o progresso social das nações”.
Durante o seu discurso, condenou, igualmente, a “ocupação e anexação de territórios ucranianos pela Rússia”, alegando que temos o dever moral de “condenar e exigir o respeito pela soberania e integridade territorial da Ucrânia”. “Que sejam envidados os esforços diplomáticos necessários para que seja alcançada a paz definitiva na Ucrânia e na Europa no geral”, vincou.
Repudiou também a reacção de Israel ao ataque perpetrado pelo Hamas, a 07 de Outubro de 2023, como sendo desproporcional: “Israel, que apesar do direito que lhe assiste de defender os seus cidadãos e o Estado de Israel, não pode ter carta branca, luz verde para matar indiscriminadamente crianças, mulheres, velhos, doentes acamados, jornalistas e trabalhadores de organizações humanitárias internacionais”.
“O direito humanitário internacional deve ser respeitado em situação de guerra. O mundo não pode permitir que, com o argumento da necessidade da eliminação do Hamas, o povo palestiniano seja exterminado não só pela acção das bombas, como também pela negação imposta pela força ao mais elementar direito humanitário, o do acesso aos alimentos, à água e assistência médica e medicamentosa”, disse.
Para João Lourenço, “é chegado o momento de se exigir o fim desta guerra e começarmos a dar, sem mais demora, os passos concretos e necessários para a criação de facto do Estado da Palestina, como determinam as várias Resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que considera esta a única forma segura e duradoura de solução deste velho conflito, no interesse de ambos os povos, o judeu e o palestino, de Israel e da Palestina”, mantendo a posição assumida pelo Governo angolano desde o início do conflito.
Na agenda do estadista angolano em Portugal está previsto para este sábado, 26, um encontro com o novo Primeiro-ministro português, Luís Monte Negro, em seguida, vai manter contacto com angolanos na diáspora, no Convento do Beato, que vai contar com as presenças de músicos renomados como Bonga, Yola Semedo e Paulo Flores..
Ainda amanhã, João Lourenço vai participar de um almoço oferecido pelo seu homólogo Marcelo Rebelo de Sousa.