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Senegal: Anta Babacar permanece na corrida presidencial apesar de poucas chances

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É a única mulher a concorrer à presidência do Senegal, e promte milhões de empregos para um país tomado por problemas económicos graves e um aumento de preços nos produtos de primeira necessidade. Amadou Ba e Bassirou Diomaye Faye são os favoritos entre mais de uma dezena de candidatos.

Anta Babacar Ngom, uma executiva empresarial de 40 anos de idade, é a única mulher entre os 17 concorrentes a presidente da República senegalesa, cujo acto de votação ocorreu nesse domingo.

O resultado oficial do escrutínio, segundo a organização, deverá ser conhecido ao longo desta semana.

Ngom, destaca-se por ser a única mulher a optar por tal ousadia em uma década.

Num país que conserva os hábitos e costumes africanos, a entrada em cena de Anta Babacar ainda não é vista com entusiasmo por alguns segmentos, mas apesar disso, sua campanha conta com o apoio de muitos jovens rapazes, face às suas promessas, bem como por representar uma geração em ascensão.

À semelhança de Florbela Malaquias, nas últimas eleições angolanas, que inicialmente se pensava que o partido que lidera não alcançaria os 0,5% dos votos, ultrassapassou organizações como a CASA-CE, Anta Babacar também pode surpreender o público.

Num país mergulhado por graves problemas económicos, subida em flecha dos preços dos produtos de primeira necessidade, Anta Babacar promete milhões de empregos e um banco para as mulheres apoiarem a sua independência económica.

De referir que, em termos de participação das mulheres na política, o Senegal nomeou a sua primeira mulher primeira-ministra em 2001 e, em 2010, uma lei que exigia que todos os partidos políticos introduzissem a paridade de género nas listas eleitorais ajudou a aumentar a participação feminina.

Em 2012, duas mulheres concorreram à presidência, tendo ambas obtido menos de 1% dos votos cada.

Entretanto, no quadro da lei de paridade, as mulheres no Senegal representam hoje mais de 40% do parlamento, um dos níveis mais elevados de representação em África.

Ao nível do continente, a liberiana Ellen Johnson Sirleaf, foi a primeira mulher a ser eleita chefe de Estado de um país africano, em 2005.

Tomou as rédeas da Nação, numa altura em que o país acabava de sair de uma guerra civil que matara cerca de 250 mil pessoas.

Ellen Johnson Sirleaf será lembrada por manter a paz e conseguir doações em massa para reconstruir a Libéria do zero, em 12 anos no poder.

No caso vertente, no Senegal, os candidatos favoritos são Amadou Ba, 62 anos e primeiro-ministro há ainda algumas semanas, e o opositor Bassirou Diomaye Faye, 43 anos. O primeiro representa a continuidade e o segundo a mudança, inclusive nas actuações da União Africana.

O mandato de Macky Sall, ainda actual presidente, termina a 2 de Abril. No início do mês de Fevereiro, o chefe de Estado cessante tinha anunciado o adiamento das eleições iinicialmente previstas para 25 de Fevereiro. A data foi depois fixada a 15 de Dezembro pela Assembleia Nacional, mas acabou rejeitada pelo Conselho Constitucional.

Na sequência de um diálogo nacional boicotado pela maioria dos candidatos, foi proposta a data de 2 de Junho, novamente rejeitada pelo Conselho.

A sociedade civil, a União Africana, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Cedeao) e a União Europeia, segundo vários medias locais, contam com centenas de observadores.