Politica
Viagem PR: angolanos querem eleger deputado na diáspora nas eleições de 2027
O Presidente da República, João Lourenço, participa esta quinta-feira, 25, em Lisboa, nas cerimónias comemorativas dos 50 anos da Revolução dos Cravos, que pôs fim à ditadura implantada por Salazar.
A informação da deslocação do Titular do Poder Executivo foi anunciada pelo secretário do Presidente da República para a Comunicação e Imprensa, Luís Fernando. O programa contempla vários momentos, incluindo uma intervenção do Chefe de Estado angolano nas cerimónias.
Entretanto, o jornalista angolano ao serviço de uma televisão portuguesa diz que, no actual contexto, as relações comerciais entre os dois países são excelentes. Victor Hugo Mendes avançou, por outro lado, que o presidente João Lourenço vai ter um encontro na próxima sexta-feira com o novo primeiro-ministro português Luís Monte Negro.
Victor Hugo Mendes disse também que João Lourenço vai ter um encontro com a comunidade angolana, com a qual vai abordar os mais variados assuntos, como é o caso do sistema eleitoral, que possa permitir aos angolanos na diáspora eleger deputado à Assembleia Nacional nas eleições de 2027.
Quanto a pretensa manifestação de alguns angolanos na diáspora, Victor Hugo Mendes disse que “não há informação fiável sobre o assunto”.
Por seu turno, o jurista português Rui Verde, em entrevista recente concedida à Rádio Correio da Kianda, considerou a viagem do presidente João Lourenço a Portugal como símbolo de um virar de página nas relações entre os dois estados.
O também investigador do Centro de Estudos Africanos da Universidade de Oxford disse, por outro lado, que os 50 anos da luta dos cravos que Portugal assinala amanhã, “representam o início da democracia portuguesa e independência das ex-colónias, com a realização de primeiras eleições livres e justas”.
Entretanto, o economista José Ambrósio considera a viagem do presidente João Lourenço oportuna para reforçar as relações, por aquele país acolher de muitos angolanos que escolheram Portugal para viver e vice e versa.
O especialista entende também que, a visita de João Lourenço vai permitir, igualmente, manter o primeiro contacto com as pretensões do novo governo de Luís Monte Negro.
Entretanto, o presidente português promete ver como Portugal pode reparar as acções criminosas “em que os responsáveis não foram presos”, bem como vir a devolver “os bens que foram saqueados”. Marcelo Rebelo de Sousa disse que “Portugal tem de pagar os custos da escravatura transatlântica e igualmente do colonialismo”.
O presidente português fez estas declarações nesta terça-feira, durante um jantar com correspondentes estrangeiros em Portugal.
Sobre o assunto, o especialista José Ambrósio entende que “foi um momento muito triste em que os africanos foram transladados para outros pontos do mundo, e é de opinião que essa factura não tem preço e, considera o discurso de Marcelo Rebelo de Sousa uma falácia”.
Escute abaixo os comentários, no Jornal da Noite, da Rádio Correio da Kianda