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Sahel: Mali e Chade com dificuldades para assegurar água e electricidade

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A dona de casa Sylvie Belrangar, residente na capital do Chade, N’Djamena, enfrenta dificuldades diárias enquanto a escassez de água e os extremos de temperatura assolam partes da região do Sahel, na África Ocidental e Central.

“O presidente prometeu água e electricidade. Mas desde então, não vimos nada”, lamenta, cercada por plantas murchas em seu complexo ressecado. Essa situação ecoa em outras áreas do semiárido Sahel, onde a pior onda de calor em memória recente, em Abril, evidenciou a luta dos países liderados por juntas militares, como Chade e Mali, para assegurar serviços básicos em meio à necessidade crucial de água e electricidade.

Os recentes cortes de energia alimentaram a frustração nas autoridades militares do Mali e do Chade, aumentando as tensões sociais em um momento em que ambos os países enfrentam encruzilhadas políticas.

No Chade, espera-se que a votação presidencial desta segunda-feira consolide o controlo de Mahamat Idriss Deby no poder, dois anos após assumir o governo após a morte de seu pai. No entanto, críticos consideram a votação uma fachada para legitimar o governo de Deby, não reflectindo os anseios de eleitores como Belrangar, que perderam a fé na liderança do actual presidente.

“Aqui temos um presidente que não consegue fornecer nem água nem electricidade, muito menos qualquer outra coisa”, lamenta Belrangar. “Que as autoridades ouçam nossos apelos.” Enquanto isso, a mais de 3.000 quilômetros de distância, em Bamako, capital do Mali, o vendedor de gelo Bintou Traore protege o seu estoque cada vez menor de gelo do sol, que encareceu devido aos crescentes custos de produção.

A onda de calor de Abril resultou em um aumento no número de mortes no Hospital Gabriel Toure, em Bamako, com milhares de outras prováveis vítimas em toda a região, segundo cientistas climáticos. Garantir uma fonte de energia confiável é crucial para mitigar as consequências do calor extremo, pois permite o funcionamento de ventiladores, ar-condicionado e geladeiras.

Até o momento, autoridades dos governos do Chade e do Mali não responderam aos diversos pedidos de comentários. Os frequentes cortes de electricidade no Mali desde o golpe de Estado em 2020 têm impactado negativamente o apoio público à junta, especialmente em meio às altas temperaturas e aos problemas que a população enfrenta. Alguns consideram os cortes de energia como exemplos de má gestão por parte da junta, enquanto esta adia a prometida transição para a democracia e busca limitar actividades políticas em nome da manutenção da ordem pública.

Por Reuters

Radio Correio Kianda




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