Sociedade
Mulheres marcham em repúdio ao caso de profanação do túmulo em Benguela
A Organização da Mulher Angolana (OMA) realizou neste sábado, 26, na província de Benguela, uma marcha de repúdio ao acto de profanação do cadáver de uma jovem, de 22 anos, ocorrido no passado dia 22 deste mês.
A Secretária Geral da OMA disse à Rádio Correio da Kianda que os objectivos da marcha realizada neste sábado no Município da Catumbela, província de Benguela, foram alcançados.
“A marcha foi muito concorrida, participaram mulheres de todos extractos sociais. O protesto visou levantar a nossa voz bem alto, contra a vandalização do túmulo, onde tinham sido enterrados os restos mortas de uma jovem de 22 anos de idade, desenterrado, e, mesmo (morta) o corpo sem vida, foi abusado sexualmente”, lamentou, a dirigente da OMA.
A comitiva das camaradas da OMA, chegou sexta-feira à Benguela, onde reuniu com as autoridades locais, nomeadamente o Comando Provincial da Polícia Nacional e do Serviço de Investigação Criminal (SIC), de quem pediu maior celeridade do processo, do caso de indivíduos que profanaram o corpo da jovem de 22 anos no Município da Catumbela.
Dos orgãos de investigação, a líder da OMA recebeu garantias de que tudo estar a ser feito, para que se sejam responsabilizados os autores do crime.
Ainda em Benguela, a comitiva da OMA reuniu também com as autoridades tradicionais e com os administradores do direito costumeiro (Sobas), que manifestaram a sua indignação e repudiaram o acto.
Estas garantiram que estão a trabalhar na identificação dos autores da profanação do túmulo, que cometeram o crime de necrofilia (prática sexual com corpo sem vida).
“As autoridades tradicionais disseram estarem a preparar os instrumentos do direito costumeiro para julgar o caso, cuja natureza é do fórum tradicional, e, presumem que o (s) autor (es) pode(m) estar a mando de um quimbandeiro, ou pessoas movidas por forças ocultas”, disse, acrescentando que “os sobas disseram também que essas pessoas quando forem detidas, devem ser julgadas pelo direito positivo, de acordo com o ordenamento jurídico angolano, mas também ser ouvidos, e julgados pelo tribunal tradicional, essa foi a ideia que os mais velhos partilharam com as mulheres filiadas na OMA”, disse.
Joana Tomás recebeu também garantias das autoridades tradicionais de que os apelos têm sido feitos, no sentido de quem tiver uma pista da identidade dos autores dessa prática incomum, para denunciar às autoridades policiais e tradicionais.
À Rádio Correio da Kianda, a líder da OMA disse que antes da marcha de repúdio, foram ao cemitério da Catumbela, onde depositaram uma coroa de flores no túmulo do soldado desconhecido, em respeito ao pedido feito pela família, que gostariam de preservar, e estar em recolhimento.
“O acto de deposição de coroa foi homenagem não só à família da malograda, que sofreu o acto bárbaro e condenável a todos os títulos, mas também a todas as mulheres vítimas mortais de violência doméstica”, disse a política do MPLA.