Sociedade
“O que mais nos preocupa é o silêncio das famílias”, diz líder da OMA sobre violência sexual a menores
A secretária geral da Organização da Mulher Angola (OMA), Joana Tomás, disse este sábado, 4, que o que mais preocupa a sua organização é o silêncio das famílias face às inúmeras violações sexuais a menores, bem como o silêncio das mães que têm as filhas e filhos que quase diariamente sofrem calados com este mal.
Falando à imprensa na marcha promovida pelas mulheres contra violência e abuso sexual a menores, Joana Tomás recordou que o abuso sexual não acontece simplesmente às meninas, todavia, há inúmeros rapazes que sofrem com este mal dentro das famílias.
“O silêncio das famílias e das mães é o que mais nos preocupa, não são só as meninas são também rapazes. Estamos a apelar a denúncia porque violência doméstica, abuso sexual a crianças é um crime público e qualquer membro da sociedade pode denunciar”, frisou.
Joana Tomás apelou, de igual modo, aos órgãos judiciais e polícias que continuem a trabalhar e que os julgamentos de casos de violência sexual sejam céleres e que as penas sejam exemplares.
Por outro lado, Aldina da Lomba, membro de honra da OMA, aconselhou as mães a optarem por denunciar independentemente de quem seja o membro da família que comenter tal acto.
“As vezes, as mães calam-se porque é o pai, irmão, tio ou o sobrinho que comete estes crimes contra as crianças, e acabamos por amputar o futuro das nossas crianças porque uma criança vítima de violência sexual, acaba por não prosseguir com os seus sonhos”, disse, da Lomba.
A marcha, que juntou milhares de mulheres da capital, teve início no Largo das Crianças e culminou junto a cidadela.
Segundo dados do Instituto Nacional da Criança (INAC), publicados anteriormente pelo Correio da Kianda, mais de quatro mil crianças menores de 14 anos sofreram abuso sexual durante o período de 12 meses, entre Junho de 2020 e Junho de 2021.
Número este, que segundo a pesquisa, não inclui os muitos casos de violência sexual que muitas das vezes não são denunciados, o que pode fazer esse número ser ainda maior.
Mais de quatro mil crianças sofreram abuso sexual no período de um ano
Loozap
05/03/2023 em 7:38 pm
É algo que temos que lutar com todas as nossas forças