Connect with us

Educação Financeira

Seguro de saúde – saiba mais antes de tomar a sua decisão em prole de uma saúde melhor

Published

on

A saúde é dos valores mais importantes para cada ser humano. Associado à vida está a saúde. Não uma sem a outra. E a saúde é também um investimento, seja preventivo (o ideal) e o curativo (correctivo, o menos desejável). Este investimento financeiro, pois envolve dispêndio de dinheiro deve ser levado em conta na elaboração de um orçamento pessoal e/ou familiar e este é o tema: Saúde e Dinheiro.

Se está a pensar numa alternativa ao serviço público de saúde, certamente estará a considerar um seguro de saúde.

As preocupações com o acesso a cuidados de saúde cresceram durante a pandemia. Sem dados estatísticos podemos pensar que a aderência a seguros de saúde tenha sido desde então maior do que a média da procura no período pré-pandemia do Covid 19.

Apesar deste crescimento não mensurado, muitas vezes não é clara a diferença entre seguro de saúde e plano de saúde. Mas são produtos distintos e, por isso, é importante saber o que oferece cada um, para que possa comparar e escolher.

O que é um seguro de saúde?

O objectivo de um seguro de saúde é dar acesso a cuidados médicos no sector privado de saúde, mas pagando menos do que se recorresse directamente a esses serviços. Consultas, exames, cirurgias e tratamentos realizados em consultórios, clínicas ou hospitais privados tornam-se, assim, uma alternativa mais económica.

Os seguros de saúde, como todos os seguros, implicam coberturas e exclusões. Isto é, existem cuidados médicos que não estão cobertos por este seguro. Entre as exclusões mais comuns estão, por exemplo:

  • Doenças profissionais e acidentes de trabalho
    • Perturbações nervosas e doenças do foro psiquiátrico
    • Check-up e exames gerais de saúde
    • Perturbações causadas por abuso de álcool ou drogas
    • Acidentes ou doenças que resultem da participação em competições desportivas
    • Tratamentos ou cirurgias para emagrecimento
    • Fertilização e outros métodos de fecundação artificial
    • Transplante de órgãos ou medula
    • Tratamento ou cirurgia estética, plástica ou reconstrutiva e suas consequências (salvo se for necessário devido a doença ou acidente cobertos pelo seguro)
    • Estadias em estabelecimentos psiquiátricos, termais, casas de repouso, lares de terceira idade, centros de desintoxicação de alcoólicos ou toxicodependentes.

    As doenças preexistentes e que sejam conhecidas do segurado quando assina o contrato podem ou não estar cobertas, pelo que deve certificar-se junto da seguradora que pretende comprar a apólice ou via da ARSEG – Autoridade de Supervisão de Seguros de Angola, que supervisiona o sector dos seguros e fundos de pensões, alerta que “é, no entanto, usual que essa exclusão conste dos contratos”.

E, avisa igualmente, que pode ser também indicado um período de carência, não superior a um ano, para a cobertura de doenças preexistentes. O período de carência é o prazo durante o qual algumas coberturas não estão ainda a produzir efeitos.

Como funciona?

Um seguro de saúde é, assim, um contrato assinado com a seguradora. Mediante o pagamento de um determinado valor mensal/trimestral/semestral ou anual, designado prémio, tem acesso aos cuidados de saúde abrangidos pelo contrato.

O valor do prémio varia em função das coberturas, mas também da idade. Os seguros de saúde são geralmente vendidos em pacotes, ou seja, a determinado preço correspondem determinadas coberturas. Ao contratar o seu seguro poderá ainda incluir coberturas adicionais como estomatologia ou parto, o que terá influência no prémio a pagar. Assim, quanto mais abrangente for o seguro, maior será o seu valor.

Além do prémio, estes cuidados de saúde têm também um custo. Os pagamentos das despesas de saúde podem ser feitos de duas formas: através de um sistema de copagamento, isto é, a seguradora comparticipa com uma percentagem, e o utente e segurado paga outra percentagem, que juntas perfaz os 100% da conta a liquidar junto da clínica ou hospital.

Isto significa que este pagamento terá de respeitar, por exemplo, o capital disponível para cada cobertura ou a percentagem máxima de comparticipação.

Vejamos alguns exemplos para percebermos melhor estes conceitos:

  • O seu contrato estipula que o capital para consultas em ambulatório são 250.000Kz, por exemplo. Isto quer dizer que estas consultas só são comparticipadas até ter atingido este valor. Se ao realizar uma consulta de ambulatório, já tiver ultrapassado esse montante, então a despesa não será comparticipada e terá de pagá-la na totalidade.
  • Há casos ainda em que é definida uma percentagem de comparticipação. Imagine que essa percentagem é de 35% de um máximo de 100.000Kz Se tiver feito um tratamento que lhe ficou por 50.0000 Kz, por exemplo, significa que só vai pagar, isto é, terá de pagar 17.5000 Kz por sua conta.

Outro dado a considerar é a existência de uma franquia, ou seja, o valor mínimo que fica a cargo do tomador do seguro.

Por exemplo, se no seu seguro as consultas tiverem uma franquia de 100.000 Kz, quer dizer que terá de gastar pelo menos 100.000 Kz até começar a receber a comparticipação.
Além disso, terá de respeitar um determinado prazo para enviar as despesas para a seguradora.

Vantagens e desvantagens do seguro de saúde

Sendo um seguro, tem como vantagem o facto de ter de obedecer a um conjunto de normas e de ter supervisão da ARSEG.

Ainda assim, e para que perceba realmente que tipo de seguro de saúde está a subscrever, identifique claramente as coberturas e exclusões, os períodos de carência e as garantias, isto é, a modalidade de pagamento.

A possibilidade de ter uma alternativa ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) – evitando assim listas de espera para consultas e cirurgias – é uma vantagem. Pode ser também usado como um complemento ao sistema público, o que é muito frequente nas famílias em que há crianças.

Entre as desvantagens estão os preços das mensalidades, que em alguns casos podem ser elevados, e o facto de existirem ainda alguns seguros de saúde que cessam quando o segurado atinge os 60 ou 65 anos. No entanto, atualmente há cada vez mais seguros sem limite de idade.

Por fim, deixo três conselhos antes de escolher um plano de saúde ou seguro de saúde

Antes de escolher siga estas 3 dicas:

  1. Comparar as características dos produtos disponíveis no mercado e verificar as melhores coberturas para si
  2. Fazer simulações em todas as seguradoras
  3. Não omitir informações: não só a avaliação do risco será mais correta como, no caso dos seguros, poderá evitar problemas ao acionar coberturas.

Boa saúde!

Em caso de estar doente («incomodado»), desejo as suas melhoras rápidas.