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Rússia e China estão a superar os EUA em África, alerta ex-comandante da NATO

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A Rússia e a China estão a consolidar a influência política e militar em todo o continente africano. O alerta foi feito esta quinta-feira, 13, pelo ex-comandante da NATO na Europa, James Stavridis, num artigo publicado pela Bloomberg.

Segundo o artigo, paramilitares e mercenários russos, usando o modelo do extinto Grupo Wagner, têm operado no Mali, Congo, República Centro-Africana e outros estados.

“Líderes autocráticos esperam benefícios económicos da iniciativa Cinturão e Rota de Pequim – e comprar versões aprimoradas por Inteligência Artificial do equipamento que tornou a China um estado de vigilância”, alerta, enquanto critica uma não adaptação dos Estados Unidos da América “às rápidas mudanças na África”.

Isto, de acordo com o antigo comandante da NATO, está a abrir espaço para que “Rússia e China consolidem influência política e militar por todo o continente”.

Para James Stavridis, os “EUA precisam surgir como alternativa à Iniciativa Cinturão e Nova Rota da Seda, percebam a diversidade da África e estreitem a cooperação com ex-impérios coloniais como a França”.

O artigo ressalta ainda a importância estratégica dos recursos africanos. Com 60% das terras aráveis ​​do planeta, 30% das reservas minerais e uma população próxima de 1,5 bilhão de pessoas, “África é uma região cada vez mais vital para a segurança global”, contudo, lamenta, “infelizmente, os EUA não estão a se adaptar a um cenário em rápida mudança”.

Em contra partida, diz o artigo, a Rússia e a China estão a ganhar cada vez mais espaço em todo o continente, sobretudo aproximando-se de países governados por juntas resultantes de golpes de Estado e ou pouco dados à democracia.

“No golpe mais recente, as tropas dos EUA foram forçadas a deixar o Níger, onde o Pentágono desfrutava de uma parceria de segurança de longa data”, aponta, James Stavridis.

Em Junho deste ano, a junta governante do Níger ordenou que os Estados Unidos retirassem os seus quase mil militares do país. Antes do golpe de Estado no ano passado, o Níger era um parceiro essencial para Washington na luta contra os insurgentes na região do Sahel, onde a violência resultou em milhares de mortes e milhões de deslocados.

A decisão do Níger de pedir a remoção das tropas americanas veio após uma reunião em Niamey, em meados de Março, quando altos funcionários dos EUA expressaram preocupações sobre a possível chegada de forças russas e relatos de que o Irão estaria buscando matérias-primas no país, incluindo urânio.

Por agora, continua James Stavridis, “Washington deve concentrar esforços em quatro países-chave”, citando o “Quênia, a Nigéria, a Etiópia e especialmente a África do Sul, na qual mais de 600 empresas dos EUA ganham enorme receita, equivalente a 10% do PIB sul-africano”, como prioridades para a Casa Branca.

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