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Rússia tem se beneficiado com instabilidade no cinturão do Sahel, diz analista

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As relações internacionais, com maior incidências na República Democrática do Congo, Moçambique e Chade, foi o tema que esteve em abordagem no espaço “Tem a Palavra” do programa Capital Central, desta sexta-feira, 10, na Rádio Correio da Kianda.

Sobre o assunto, o académico moçambicano, Arsénio Cuco, começou por falar dos confrontos entre os apoiantes de Venâncio Mondlane contra os efectivos da Polícia Nacional que resultou na morte de dois agentes da corporação, em Nampula.

Arsénio, falou das engenharias políticas, tendo em conta a abertura do diálogo manifestado por Mondlane. O especialista disse que a Constituição da República moçambicana prevê que, o segundo candidato mais votado goza um estatuto, e uma série de regalias, a isso, o académico, disse que tudo vai depender de Venâncio Mondlane, se vai usufruir desses direitos, ou se vai continuar a reivindicar a justiça eleitoral, como a tomada de posse.

Cuco criticou, por outro lado, a postura do cabeça de lista do Podemos, “como se de entretenimento se tratasse”.

Já, o economista Pedro Cajama, é de opinião que “as instituições africanas devem ser inclusivas e não extractivistas, que criam grupos de indivíduos detentores de poderes políticos e com ele o poder económico, excluindo as maiorias.

O também professor universitário defendeu que os países africanos devem tirar maior proveito nas parcerias que têm com as potências, e não salvaguardar e perpetuação no poder, com invenções de golpes de estado.

Já, o académico luso, Rui Verde, disse que o Chade, fica no cinturão do Sahel onde se registam ondas de golpes estados, que desestabilizam o Burkina Faso, Mali, Níger, Sudão e Guiné-Conacri.

Essa instabilidade tem beneficiado a Rússia, “a expansão russa pode se estender para a República Centro Africana, o que será uma forte ameaça para o canal do Suez, e generaliza-se para África, transformado em um tabuleiro dos interesses das potências”.

Sobre, a RDC, o também jurista, encara que há uma tentativa do M23 e do Ruanda de criar um novo estado protectorado de Ruanda, que permita o acesso das matérias-primas, que o Ruanda já re-exporta, para o ocidente, ligadas a transição energética, aos veículos eléctricos e aos telemóveis.

Rui Verde, sustentou a sua afirmação, que o M23 já não se comporta como um grupo de guerrilha de bater e fugir, mas, é um grupo que ocupa territórios e cria instituições estatais, como ministério de mineração e sistema fiscal.

Verde, apontou como solução para a crise na RDC, contraposta do ponto de vista militar, da parte exército de Félix Tshisekedi, ou estabelecer um acordo de fórum económico com o Ruanda.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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