Ligar-se a nós

Economia

“Baixa literacia financeira trava maior dinamização do mercado de capitais em Angola”, alerta Cristina Lourenço

Publicado

em

A presidente da Comissão Executiva da Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), Cristina Lourenço, alertou esta terça-feira, 21, em Luanda, que apesar da maturidade alcançada pelo mercado de capitais nacional, a baixa literacia financeira continua a ser um dos principais entraves à sua expansão e dinamização.

A responsável falava durante o painel sobre “Mercado de Capitais em Angola Evolução, Desafios e Oportunidades”, integrado na 2.ª edição da conferência “Mercado de Capitais – Inovação, Sustentabilidade e Futuro”, promovida pela BFA Capital Markets, Sociedade Distribuidora de Valores Mobiliários.

Segundo Cristina Lourenço, o mercado de capitais angolano encontra-se “numa fase de consolidação”, mas ainda carece de uma cultura de investimento mais sólida entre os cidadãos e instituições. “A literacia financeira seria um dos primeiros entraves. Precisamos que as pessoas compreendam melhor como investir e quais os instrumentos disponíveis”, frisou.

A gestora sublinhou que, embora a Oferta Pública de Venda (OPV) das ações do Banco de Fomento Angola (BFA) tenha representado um marco para o setor, com o ingresso de cerca de 8.500 novos investidores, o número total de contas abertas ronda apenas as 45 mil, um universo ainda reduzido num país com mais de 30 milhões de habitantes.

Entre os desafios apontados, Cristina Lourenço destacou também a falta de instrumentos diversificados de investimento, como fundos de pensões e fundos de investimento, que poderiam desempenhar um papel crucial na dinamização do mercado secundário. “Os fundos de pensões podem fazer o papel de investidor institucional, promovendo um maior ‘turn over’ e, consequentemente, mais liquidez”, observou.

A responsável reconheceu, no entanto, que há sinais positivos de evolução, com o surgimento de novas entidades especializadas, como corretoras e distribuidoras, o que, na sua ótica, permitirá aumentar os níveis de confiança e movimentação de capitais.

Na sessão de abertura, o presidente da Comissão Executiva do BFA Capital Markets, Odair Costa, classificou a recente operação do BFA como “um marco histórico” para o mercado financeiro nacional e continental, tendo captado cerca de 242 milhões de dólares. “Estamos a democratizar o acesso ao mercado de capitais, reforçando a confiança dos investidores e a maturidade das nossas instituições”, destacou.

Já o presidente da Comissão de Mercado de Capitais (CMC), Hélder Serrão, afirmou que as ofertas públicas de venda realizadas desde 2022, no quadro do programa de privatizações, refletem a consolidação e dinamização do setor. “A OPV do BFA registou uma procura cinco vezes superior à oferta, o que demonstra o potencial de crescimento do nosso mercado”, salientou.

Publicidade

Radio Correio Kianda

Publicidade




© 2017 - 2022 Todos os direitos reservados a Correio Kianda. | Este material não pode ser publicado, transmitido por broadcast, reescrito ou redistribuído sem prévia autorização.
Ficha Técnica - Estatuto Editorial RGPD