Economia
Níveis acentuados de crédito mal parado contribuíram para redução de lucro do BPC, diz economista
O economista José Lumbo disse hoje, 21, à Rádio Correio da Kianda, que a redução de lucros do BPC nos primeiros seis meses deste ano deve-se aos níveis acentuados do crédito mal parado.
De acordo com informações apuradas pela Rádio Correio da Kianda, o Banco de Poupança e Crédito (BPC), só no primeiro semestre deste ano, voltou a registar uma grande redução no lucro, acima dos 44,092 mil milhões de kwanzas.
Estes resultados não escaparam às observações do auditor que fez cinco reservas às demonstrações financeiras do banco público angolano.
“Esta redução tem muito que ver também com a qualidade na carteira de crédito. Se recuarmos a história, vamos ver aqui níveis bem próximo mesmo dos 30%” sublinhou, embora reconheça algum esforço da actual gestão do banco público, com a Recredit.
O especialista aponta ainda a redução da margem financeira por conta da estrutura de passivos muito concentrados em depósitos do Estado, o que baixa a capacidade do banco em gerar créditos comerciais.
“Podemos também apontar uma abordagem, que as questões macroeconómicas como a desvalorização cambial, e as questões dos custos operacionais também podem afectar” frisou ainda José Lumbo.
Para o economista, é importante destacar igualmente que apesar destes dados que apontam para redução dos lucros, que o BPC melhorou muito em termos de gestão, pelo que recomenda o actual Conselho de Administração a continuar a fazer o esforço técnico para o crescimento e melhoria do banco público para reverter o quadro o mais rápido possível.
Referir que o lucro do BPC decresceu para os 14,219 mil milhões de kwanzas, implicando um encolhimento de 75,61%, face aos 58,311 mil milhões encaixados no semestre homólogo.
De acordo com dados, se contabilizado com o lucro antes do pagamento dos impostos, a queda percentual reduz ligeiramente 2,16 pontos para os 73,45%, fixando-se em 16,288 mil milhões de kwanzas.
