África
Mais de três milhões de deslocados da RDC voltaram para casa, diz ONU
Dados da Agência das Nações Unidas para Assuntos Humanitários (OCHA) apontam que mais de três milhões de cidadãos congolenses que se encontravam na condição de deslocados em outras localidades voltaram para casa em Julho de 2025.
Na província de Kivu-Norte, voltaram mais de dois milhões de pessoas para suas aldeias, enquanto mais de 600.000 o fizeram em Kivu-Sul.
Os dados do OCHA também mostram que o número de deslocados internos no país caiu de 6,9 milhões em 2024 para 5,9 milhões este ano.
Paradoxalmente, o relatório daquele organismo da ONU descreve a situação humanitária na RDC como ainda terrível, sublinhando que os retornados muitas vezes enfrentam condições difíceis.
Em Kivu-Norte, alguns não tiveram escolha a não ser voltar para casa depois que os campos de deslocados foram desmantelados em Goma e Nyiragongo no início deste ano.
O país também ainda luta contra surtos de cólera, sarampo e varíola dos macacos, numa altura em que mais de 27 milhões de pessoas são afectadas pela insegurança alimentar, com 4,5 milhões de crianças sofrem de desnutrição aguda, revelam os novos dados do OCHA.
O governo congolês e os rebeldes do M23, apoiados por Ruanda, assinaram um acordo de cessar-fogo em meados de Julho. Mas os recentes ataques do M23 contra civis ameaçaram a integridade do processo de paz. Os rebeldes apoiados por Ruanda mataram pelo menos 319 civis entre 9 e 21 de Julho em quatro aldeias no território de Rutshuru, de acordo com o Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos.
