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França: ‘pátria dos Direitos Humanos’ expulsa moradores das cidades em véspera dos Jogos Olímpicos

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Há poucos dias do arranque no maior evento desportivo do planeta, os Jogos Olímpicos de 2024, as autoridades francesas estão a ser acusadas de fazer uma limpeza, expulsando os moradores de rua, sobretudo emigrantes, de todas as ruas da cidade de Paris.

O objectivo, conforme notícia a BBC Brasil, que cita associações e ONG’s locais, é “embelezar” a cidade de Paris, durante o período de realização dos jogos Olímpicos, a semelhança do que já ocorreu em outras cidades que acolheram o evento desportivo planetário.

O porta-boz da Organização Não Governamental (ONG) O Reverso da Medalha, Théodore Malgrain, recordou àquele canal brasileiro de origem britânica que “as autoridades [francesas] fizeram a promessa de que um dos legados dos Jogos de Paris seria o de uma sociedade mais inclusiva. Mas Paris não será uma excepção na tendência de esconder os pobres nas Olimpíadas”.

A referida ONG, que reúne uma centena de associações que actuam na área de assistência social contabilizou 12.5 mil pessoas que terão sido removidas das cidades de Paris e de Seine-Saint-Denis, no norte do país, por conta da competição. Paris, por ser a capital do país e, Seine-Saint-Denis, por albergar a Vila Olímpica, o centro Aquático e outros locais de competição, como Stade de France, que vai acolher as provas de atletismo dos Jogos Olímpicos de Paris.

Entretanto, vários protestos foram realizados nas cidades, com os moradores de rua ou sem-tecto a reclamar dos seus direitos, com apoio das associações e ONG que trabalham na assistência social aos grupos marginalizados.

As referidas ONG mostram-se contra aquilo a que chamam de “tendência de Limpeza Social”, que alguns países adoptam quando acolhem grandes eventos desportivos.

Entretanto, as autoridades francesas negam que a retirada dos sem-tecto, enviados para abrigos temporários em outras cidades, tenha a ver com os Jogos Olímpicos.

“Não há faxina social”, declarou a ministra dos Desportos e dos Jogos Olímpicos de Paris, Amélie Oudéa-Castéra, citado pelo canal no seu site de notícias.

“Há uma política de acomodação de emergência que visa distribuir essas pessoas por todo o país. Operações desse tipo são realizadas regularmente, isso não é ditado pela agenda dos Jogos”. Como em Paris, são populações que viviam em áreas próximas aos locais de competição e de zonas turísticas da cidade.

No Rio, a Vila Autódromo, comunidade criada nos anos 1970 onde viviam quase 600 famílias, foi desapropriada para facilitar o acesso ao principal local das competições.

A Prefeitura afirmou na época que as remoções só ocorreram em comum acordo com os moradores.

Malgrain aponta que, inicialmente, há uma criminalização desse público com operações policiais que visam pequenos delitos.

Depois começam as expulsões em massa de pessoas que vivem em acampamentos que se formam com barracas e também em prédios abandonados.

Decisões da Prefeitura e da Secretaria de segurança pública de Paris e de localidades vizinhas ordenaram o fechamento desses lugares motivos de segurança, como riscos de incêndio e insalubridade.

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