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Corrupção provoca perda de 25% do PIB anual africano

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Um recente relatório do Banco Africano de Desenvolvimento, divulgado esta sexta-feira, 11, aponta que África perde todos os anos cerca de 25% do seu Produto Interno Bruto devido à corrupção.

Esses valores, de acordo com a vice-procuradora-geral da República, Inocência Pinto, que apresentou os dados, esta sexta-feira, em Luanda, deviam servir para relançar a economia de muitos países do continente.

Inocência Pinto discursava na cerimónia que marcou os 22 anos da Convenção da União Africana sobre a Prevenção e o Combate à Corrupção.

“A corrupção, nas suas múltiplas manifestações, não se caracteriza por um mero desvio de conduta. Dados do Banco Africano do Desenvolvimento indicam que África perde todos os anos, 25% do PIB com a corrupção. Esse valor, serviria para tirar da pobreza, milhares de pessoas e para alavancar a economia de muitos países”, disse.

Segundo a Vice-Presidente da PGR, o desvio massivo de recursos públicos leva à incapacidade dos Estados no cumprimento das suas obrigações, em matéria de Direitos Humanos, o que segundo fez saber, resulta na privação de serviços essenciais como a saúde, educação, saneamento básico, para os cidadãos mais vulneráveis.

Para alterar o quadro, apontou a necessidade de uma abordagem holística e multifacetada.

A magistrada destacou ainda que Angola está comprometida com a concretização dos instrumentos internacionais que ratificou, com destaque para a Estratégia Nacional de Prevenção e Repressão da Corrupção como uma das principais medidas adotadas pelo país.

Especialista reage

Sobre o assunto, o economista José Lumbo, começou por esclarecer que o total de 25% PIB que se perde todos os anos em África, é resultado do conjunto de acções que vão desde o simples comportamento do indivíduo em casa, a esfera pública.

Para o especialista, a identificação do mal, representa um passo significativo na luta pela sua erradicação. José Lumbo entende que para melhores resultados no combate a corrupção, é importante que o assunto seja abordado desde as escolas primárias.

“Na verdade, a corrupção não acontece simplesmente na esfera pública. A corrupção é um pouco além disso, desde o funcionamento privado, desde o comportamento do indivíduo dentro e fora de cassa. Este é um exercício mesmo muito forte, do ponto de vista da gestão”, conferiu José Lumbo.

Este problema transversal ao Estado, de acordo com Agostinho Paulo, é observado com maior evidência nas empresas e instituições estatais. O sociólogo foca a sua abordagem na privação dos serviços essenciais feita por alguns dirigentes, o que dá abertura para a pobreza e altos níveis de desigualdades sociais.

“Existe muitos indivíduos na função pública que solicitam valores monetários para elevar determinados funcionários no acto de admissão e promoção”, disse.

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