Economia
Resultados do Compromisso de Sevilha poderão ser sentidos em Angola à médio prazo – Rui Verde
O académico português Rui Verde disse que a 4a Conferência Internacional de Financiamento do Desenvolvimento da ONU, que arrancou esta segunda-feira, 30, em Sevilha, é um encontro global, que tem como objectivo reformular o sistema de financiamento internacional para que seja mais justo, sobretudo em relação àquilo que se chama Sul Global, permitindo o combate à pobreza e promoção do desenvolvimento sustentável.
Visa também adoptar o chamado “Compromisso de Sevilha”, que vai propor novas abordagens para mobilizar fundos, envolvendo o sector privado e reformulando a arquitectura financeira global.
Rui Verde disse ainda que, neste encontro, estão presentes líderes de mais de 70 países, incluindo a presidente da Comissão Europeia, o secretário-geral da ONU, o Presidente João Lourenço, e vários líderes de outros países relevantes no mundo.
Para Angola, avançou, é muito importante, “não porque vai ser passado, neste momento, algum cheque”.
“Não vai ser passado, neste momento, nenhum cheque, mas porque vai lançar as linhas estruturantes ou tentar lançar as linhas estruturantes para o futuro, que são o acesso a novos mecanismos de financiamento, com maior envolvimento do sector privado. O reforço da cooperação internacional e um maior protagonismo africano em que Angola, através da presidência de João Lourenço, na União Africana, pode ter um papel fundamental”.
Portanto, prosseguiu, “esta é daquelas grandes conferências, que reúnem os vários dirigentes de todo o mundo, que não trazem resultados imediatos”.
“O que trazem é a construção de compromissos futuros. Em concreto, para Angola, vai poder trazer trazer benefícios à médio prazo, com o alívio da dívida e o acesso a um crédito de forma mais fácil”, assegurou.
Espera-se, que este “Compromisso de Sevilha” sejam incluídos mecanismos concretos de apoio aos países africanos. Com foco nas infra-estruturas, na educação e naquilo que se chama a transição energética, mas repito, não há ainda nenhum cheque passado.
“Angola, com a abertura que está a demonstrar com a recente cimeira Angola – Estados Unidos e com o papel activo, que está a ter ao nível internacional, quer através da União Africana, quer por si, poderá estar bastante bem posicionada para beneficiar deste Compromisso de Sevilha, mas tudo depende do futuro, o que se está a fazer é tentar lançar bases e, vamos ver quais são as bases que vão ser lançadas”, assegurou.

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