Politica
“Devemos adoptar políticas que capacitem as mulheres para liderar” – João Lourenço
“Angola tem exercido o seu papel para a prevenção e resolução de conflitos com várias acções de mediação e iniciativas diplomáticas, trabalhando incansavelmente com parceiros regionais e internacionais para garantir que a estabilidade do nosso continente seja um compromisso permanente com o desenvolvimento sustentável, a segurança e o bem-estar de todos os cidadãos africanos”.
As palavras acima foram utilizadas esta sexta-feira, 18, pelo Presidente da República, João Lourenço, como um resumo do quadro actual, num momento em que o país acolhe o Fórum de Alto Nível das Mulheres da Região dos Grandes Lagos.
Co-organizado pela União Africana, através do Gabinete da Enviada Especial do Presidente da Comissão da União Africana para as Mulheres, Paz e Segurança e pelo Governo de Angola, o evento, que decorre em Luanda, tem como lema “O reforço da participação e liderança das mulheres nos processos de paz e segurança da Região dos Grandes Lagos”.
“Apesar de todos os nossos esforços para que África alcance a Aspiração 4 da Agenda 2063 da União Africana, que almeja ‘Uma África pacífica e segura’, o nosso continente ainda se confronta com vários conflitos armados que desestabilizam os nossos países, comprometem o seu desenvolvimento e adiam a concretização da visão da União Africana sobre a ‘A África que Queremos’, ‘uma África próspera e pacífica, dirigida pelos próprios cidadãos e que representa a força dinâmica na arena internacional’”, disse João Lourenço, ressaltando os conflitos armados que estão a assolar a República Democrática do Congo e o Sudão.
O Chefe de Estado angolano prosseguiu afirmando que “os efeitos dos conflitos armados repercutem-se muito para além das fronteiras dos países intervenientes, porque desestabilizam toda uma região, atrasam o crescimento económico, exacerbam a pobreza e impedem os esforços para melhorar os cuidados de saúde, educação e desenvolvimento social”.
E, para João Lourenço, “o papel das mulheres na construção da paz é uma realidade inquestionável e o seu envolvimento é essencial, dada a sua relevância na dinâmica das comunidades, as suas vivências directas com o impacto dos conflitos e a sua capacidade de promover o diálogo e a reconciliação“.
“A nossa experiência na construção da paz após um longo conflito armado ensinou-nos a importância de envolver as mulheres em todas as etapas dos processos de paz”, disse.
O Titular do poder Executivo defendeu, igualmente, a necessidade de se capacitar as mulheres para cargos de liderança.
“Devemos adoptar políticas que capacitem as mulheres para liderar, envolver-se e contribuir significativamente para o processo de paz, porque apenas através da sua inclusão poderemos esperar alcançar uma estabilidade duradoura nos nossos países“, defendeu.
E reforçou: “Os desafios que enfrentamos são enormes e as suas repercussões demasiado abrangentes. A paz na região dos Grandes Lagos não é apenas uma necessidade para os seus habitantes, mas também para todo o continente africano”.
De 18 a 19 de Outubro, Luanda acolhe o Fórum das Mulheres da Região dos Grandes Lagos, que visa promover o diálogo e a cooperação para uma implementação abrangente e eficaz da “Agenda Mulheres, Paz e Segurança”, integrando as perspectivas de género nas políticas e programas da região.
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