Especialistas defem melhor organização da economia Angolana para tirar proveito da adesão à ZCL

“Angola precisa ultrapassar os desafios relacionados com as infraestruturas rodoviárias e dinamizar as suas políticas económicas, para tirar vantagem da Zona de Comércio Livre”.

A afirmação é de Hermenegildo Quexigina, do Centro de Investigação Social e Económica da Faculdade de Economia da Universidade Agostinho Neto, que sublinha que, a pretensão é boa mas tem suas desvantagens.

“A medida é boa, mas é preciso criar as condições para não sermos engolidos por empresários de países da região que já têm a sua economia bem estruturada”.

A adesão de Angola à Zona de Comércio Livre (ZCL) da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral será aprovada no próximo mês, na reunião do Comité de Ministros do Comércio da SADC, e ratificada na Cimeira dos Chefes de Estado da organização, segundo o ministro da Indústria e Comércio Rui Miguêns de Oliveira.

Para o Especialista em Relações Internacionais Isaac Canjengo, o Corredor do Lobito e o projecto turístico transfronteiriço Okavangu-Zambeze, podem ser bem aproveitados pelo nosso país na região para atracção de receitas.

O Também acadêmico residente residente da província do Cubango, apontou o estado das vias de acesso e escassez de infraestruturas na região angolana do Okavangu, como um dos grandes desafios do Executivo.

“Não se pode atrair investidores e turista nas condições actuais. Só para se ter uma ideia, de Menongue para Mavinga, faz-se 24 horas de viagem”, disse.

Os especialistas falavam esta quinta-feira, 29, no programa Capital Central da Rádio Correio da Kianda, que abordou “adesão de Angola à Zona de Comércio Livre da SADC”.

SADC engloba 15 países do sul da África. Os países membros somam uma população de aproximadamente 210 milhões de pessoas e um PIB de aproximadamente 471 bilhões de dólares, valor importante, especialmente levando-se em conta as economias dos restantes países do continente.