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Bié: desacato à autoridade termina com morte de jovem e deixa polícia com graves ferimentos

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Um jovem de 22 anos de idade morreu, vítima de disparo de arma de fogo, de um agente da Polícia Nacional que, acabou por ficar gravemente ferido, nesta terça-feira, 7, no mercado do Chipindo, na cidade do Cuíto, província do Bié, durante um clima de tensão testemunhado por milhares de vendedores.

O pânico surgiu quando as autoridades tentavam transferir os vendedores do mercado a céu aberto do Chipendo, para o novo mercado do Caué, ao que apresentavam resistência e revoltou-se, com arremesso de pedras, vandalização da esquadra de polícia do município e incendiaram uma viatura de marca Toyota Dina.

Na tentativa de dispersar a população, apurou o Correio da Kianda, um dos agentes da Polícia Nacional efectuou disparos, tendo atingido mortalmente um jovem funcionário de um dos estabelecimentos comerciais do município do Cuíto.

A família enlutada pede que seja aberto o inquérito para se averiguar a causa da situação e a consequente responsabilização criminal.

O irmão da vítima esclareceu que ele não era vendedor do mercado e não faz parte do grupo que insurgiu-se contra os agentes da ordens.

“Esse que faleceu é o meu irmão, ele não vendia. A polícia estava a correr com os vendedores aqui na praça”, afirmou emocionado, acrescentando que o tiro atingiu no peito, e deixou dois filhos e viúva.

Durante os confrontos entre a Polícia Nacional e os vendedores que se opõem à mudança do mercado a seu aberto no Cuito para o Cauê, a população revoltada desafiou as forças da ordem com pedras e outros meios, tendo vandalizado a esquadra policial do Chipindo e incendiado uma carrinha do tipo Toyota Dina.

A acção desordeira resultou igualmente em ferimentos graves a um efectivo da polícia, forçado a realizar disparos para dispersar a população.

Nathalia Chilongo, agora viúva, disse que a notícia sobre a morte do marido a deixou sem forças.

“Eu estava em casa a fazer comida para as crianças, uma das minhas primas saiu aqui na praça e falou que não tinha como explicar para mim, o pai dos meus filhos lhe deram tido”, disse, inconsolável.

Por parte dos comerciantes, as lamentações pela morte do companheiro José André.

“O policial veio directamente no peito do rapaz, deu um tiro no peito do rapaz, isso aqui nos deixa com muita dor. O que nós queremos é a justiça”, disse uma das testemunhas.

“Para enxotar aos vendedores não seria necessário fazer tiro direito, para ameaçar dá tiro no ar?”, disse outra testemunha, exigindo que se faça a justiça. Assim, o secretário-executivo do Conselho Provincial da Juventude, Faustino Sassango, solidariza-se com a família enlutada, e condena os actos de alguns vendedores que se manifestam resistentes à mudança do mercado Chipindo para o Cauê, promovendo acções de confronto às autoridades.

“A juventude biena é chamada a ser promotora de soluções e não de conflitos, privilegiando sempre o caminho da tolerância e do entendimento”, reiterou.

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