Apenas 15% das mulheres casadas em Angola usam métodos contraceptivos

A representante do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP) em Angola citou o investimento na saúde sexual reprodutiva e especialmente no planeamento familiar, como estratégia chave para construir a resiliência das comunidades face as alterações climáticas.

Rinko Kinoshita disse que os dados mais recentes do inquérito de indicadores múltiplos de saúde, referente aos anos 2023 e 2024, revelam progressos importantes e mostram também desafios: apenas 15% das mulheres casadas ou em união de facto usam métodos contraceptivos modernos, nas zonas rurais, o número desce para 8% e para adolescentes está em 6%.

Rinko, que falava durante o workshop sobre “Planeamento familiar e o impacto das alterações climáticas na saúde sexual e reprodutiva”, disse que no município do Girau, a cerca de 20 quilómetros da cidade capital do Namibe, há uma jovem mãe, de 23 anos, que percorre longa distância para acarretar água, depois do nascimento do seu bebé.

“Esta é uma das milhares de mulheres que enfrentam com coragem e a esperança as consequências das alterações climáticas”, citou.

Na ocasião, a Presidente da Assembleia Nacional, disse que a preocupação com esta questão tem-se tornado especialmente relevante no seio da região da SADC, onde os efeitos das alterações climáticas se fazem sentir de maneira directa e profunda, afectando as comunidades, as economias e, sobretudo, as mulheres e as raparigas.

Carolina Cerqueira assegurou que a importância do planeamento familiar reflecte-se em diversos aspectos da vida social, pois “contribui para a saúde da mãe e da criança, reduzindo a mortalidade materno-infantil. Permite que os pais tenham um melhor controlo sobre suas vidas, possibilitando um ambiente mais estável e saudável para o desenvolvimento das crianças”.

O Workshop teve lugar nesta quarta-feira, 05, no hemiciclo angolano para avaliar as causas, consequências e encontrar medidas de mitigar o fenómeno.