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Venezuela investiga alegada tortura a venezuelanos expulsos dos EUA
A procuradoria da Venezuela anunciou esta segunda-feira a abertura de um inquérito sobre as alegações de torturas infligidas a cidadãos venezuelanos, em uma prisão destinada para membros de gangues em El Salvador, depois de expulsos dos Estados Unidos da América.
No total são 252 venezuelanos que foram repatriados na sexta-feira no quadro de uma troca de detidos entre Estados Unidos da América e Venezuela.
“Decidimos abrir uma investigação oficial”, disse o procurador-geral venezuelano, Tarek William Saab, durante uma conferência de imprensa, no momento em que nomeou o presidente salvadorenho, Nayib Bukele.
“Apelo ao Tribunal Penal Internacional, ao Conselho dos Direitos do Homem da ONU, aos organismos correspondentes tanto na América como no resto do mundo, a fazerem o mesmo, a fazerem a sua parte”, acrescentou o procurador.
Segundo Saab, 80 funcionários do Ministério Público interrogaram os migrantes depois de regressarem ao país. Os seus testemunhos indicaram violência sexual, agressões diárias, vítimas de disparos com balas de borracha e fornecimento de alimentação estragada.
“Formularam acusações graves de violações massivas dos seus direitos no Centro de Confinamento de Terrorismo”, construído por Bukele no contexto da luta contra os gangues, disse o procurador.
Os 252 venezuelanos repatriados tinham sido acusados de pertença ao gangue designado Trem de Aragua.
Invocando uma lei de 1798 sobre os inimigos de Estado, o governo norte-americano tinha expulsado sem processo judicial estes migrantes para El Salvador.