Sociedade
“Precisamos preparar melhor os nossos quadros para competir de igual para igual”, diz Miguel Bembe
Domínio insuficiente de línguas estrangeiras, falta de preparação técnica e falhas na elaboração do curriculum são algumas das razões, de acordo com o diplomata Miguel Bembe, que levam muitos candidatos angolanos a serem eliminados nos concursos internacionais, ainda na fase documental.
Segundo Miguel Bembe, Angola é dos seis maiores contribuintes da União Africana, mas que ainda enfrenta entraves, pois as vagas são disputadas por concurso.
“A nossa contribuição financeira é significativa, mas temos que garantir que a nossa representação humana esteja a altura. Precisamos de preparar melhor os nossos quadros para competir de igual para igual com os demais”, disse.
Os académicos de Angola, Argentina, Bélgica, Brasil, Cabo Verde, Etiópia, Itália e Portugal participaram da terceira conferência nesta quinta-feira, 17, realizada pela Academia Angolana de Letras onde o conferencista convidado foi o politólogo Miguel Bembe.
O Embaixador de Angola na Etiópia e representante permanente junto da União Africana, sublinhou o reconhecimento internacional da independência angolana, como a maior conquista diplomática do país, tendo sido este um marco que permitiu a inserção em organismos multilaterais. O fim da guerra civil foi considerado por Miguel Bembe político-diplomático de grande impacto.
“A paz permitiu a reconstrução nacional, a reconciliação entre angolanos e a reafirmação de Angola como actor relevante na diplomacia africana e global”, disse.
De acordo com o conferencista, a captação de investimentos e a reconstrução foram e continuam a ser pilares da estratégia diplomática angolana e a diplomacia económica no período pós-conflito, com destaque para os acordos que garantiram linhas de crédito significativas para reerguer o país.
A batalha do Cuito Cuanavale foi apresentada pelo politólogo como um ponto importante na libertação da africa austral, lamentando que o legado da batalha seja subvalorizado por alguns angolanos, Miguel Bembe defende um ensino e celebração a este episódio por representar orgulho indispensável.
