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“Portugal não tem nenhum futuro” sem imigrantes, diz Governador do Banco central português

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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, disse nesta quarta-feira, 10, que o crescimento e o desenvolvimento que o país tem registado é fruto do contributo dos imigrantes, tendo sublinhado que sem eles “Portugal não tem nenhum futuro”.

Foi no auditório do Instituto Polítécnico de Coimbra, no quadro das festividades do 50º aniversário de existência da instituição, que Mário Centeno fez esse discurso, realçando que o crescimento da economia do país tem um contributo significativo dos imigrantes.

O pronunciamento de Mário Centeno ocorre numa altura em que decorre na Assembleia da República, a discussão sobre alteração da lei migratória no país, cuja proposta agrava as restrições, bem como as regras de entrada e permanência em Portugal de cidadãos estrangeiros.

O governante defendeu que a existência de migrantes e a mobilidade no mercado de trabalho devem continuar a ser observados, pois sem os quais, “nós tínhamos perdido dois terços do crescimento económico”.

Com esse contributo, acrescentou, as contas públicas registam estabilidade e a aposta que se vem fazendo no capital humano, e qualificada, tem permitido a Portugal, a ter um crescimento amais, comparando com os demais países do continente europeu.

Para Mário Centeno, Portugal “é um país que está num caminho sustentável de crescimento, que permite passar talvez para a fase seguinte, que é preocuparmo-nos ainda mais com o desenvolvimento, com igualdades, com inclusão, com aquilo que na verdade importa à sociedade”, afirmou.

Sobre a nova lei de migração e nacionalidade, que está em discussão no parlamento, o governador do Banco de Portugal chama atenção para se olhar a proposta com ponderação e responsabilidade.

“Sem ele, a Europa não tem futuro, sem ele Portugal não tem nenhum futuro”, disse sublinhando que “quase dois terços do aumento da produção nos últimos cinco anos em Portugal está associado ao aumento da mobilidade de pessoas e trabalho em Portugal. Sem essa mobilidade, nós tínhamos perdido dois terços do crescimento económico”, acrescentou Mário Centeno.

De acordo com o governador, na zona euro foram criados 12 milhões de empregos nos últimos cinco anos e, destes, 7,2 milhões (60%) foram ocupados por pessoas que trabalham num país diferente daquele onde nasceram, afirmou o governador do Banco de Portugal.

Os sectores que pagam salários acima da média, que considerou de mais dinámicos, nos números, tiveram um contibuto significativo, tendo citado como exemplo, o turismo.

“Não é turismo, são actividades científicas de informação, comunicação, são os sectores industriais mais dinâmicos em termos de qualificações aqueles que mais têm contribuído para esta evolução”, disse.

Mário Centeno, que termina o mandato na próxima semana como governador do BdP, referiu que o futuro da Europa depende dos imigrantes.

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