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Manifestantes elogiam atitude da polícia durante marcha em Luanda

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Dezenas de manifestantes saíram às ruas de Luanda, neste sábado, 4, entoando frases e a exibir cartazes contra a actuação do governo em tempos de pandemia da Covid-19.

Desde as primeiras manifestações realizadas em 2011, onde vários jovens de diferentes estratos sociais exigiram às autoridades angolanas a “liberdade de expressão e de opinião”, as marchas sempre foram marcadas por maus tratos, prisões, impedimentos, raptos, torturas, mortes, dispersão com bombas e gás lacrimogêneo e julgamentos sumários.

Volvendo quase dez anos após, pela primeira vez, os jovens manifestantes, que aderiram a marcha deste sábado,  rasgaram elogios sobre a postura dos agentes da Polícia Nacional durante a manifestação, que começou no cemitério da Santa Ana até ao Largo das Heroínas.

Os jovens foram unânimes em afirmar que a postura que os efectivos da Polícia Nacional tiveram, segundo eles, nunca haviam visto, desde a época do ex-presidente José Eduardo dos Santos e até do presidente João Lourenço,  pela primeira vez não houve detenções, prisões, confrontos entre a polícia e os manifestantes, nem lançamentos de bombas de gás lacrimogêneo.

O activista Gonçalo Fernando Miguel, conhecido por ”Gonçalo”, um dos jovens agredidos e torturados pelos agentes da Polícia Nacional, durante um protesto “contra o desemprego”, que decorreu em 15 de Outubro de 2019, reconheceu o bom desempenho dos agentes do MINIT durante a marcha.

“A polícia devia se comportar assim em todas as manifestações. A Polícia Nacional deve servir ao povo e não estar ao serviço de um partido político”, disse.

Segundo o jovem, os agentes da Ordem tiveram este comportamento porque deveu-se também, a colaboração dos manifestantes em obediência a orientação da PN.

O activista Donitos Carlos (Kaculo Kabaça), um dos manifestantes deste sábado, disse ao Correio da Kianda que, apesar da Polícia Nacional ter aparecido fortemente armada e com todas as Unidades em prontidão, desde a Polícia da Ordem Pública, Canina, Cavalaria e de Intervenção Rápida, o protesto decorreu de forma pacífica e com a segurança da própria Polícia Nacional.

A marcha visava somente alertar ao Estado sobre a má actuação em tempo da pandemia da Covid-19 e falta de apoio às famílias mais vulneráveis. Os manifestantes também exigiram a exoneração do Ministro do Interior, Eugenio Laborinho, e mostraram-se solidários pela morte do comandante da esquadra da Boa Fé, Faustino Luamba, no município de Viana, em Luanda, que foi assassinado por marginais durante um assalto.

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