Politica
Cimeira: norte-americanos continuam com olhos fixos no Corredor do Lobito
Quando Joe Biden foi substituído na Casa Branca por Donald Trump, várias vozes aventavam a hipótese do fim da participação dos EUA, e por arrasto o Ocidente, no Corredor do Lobito, uma via férrea que percorre Angola, RDC e Zâmbia. Contrariamente ao que se referia, da Cimeira de Negócios EUA-Angola, que decorre em Luanda, ficou-se a saber que Washington mantém o interesse.
Os norte-americanos continuam com os olhos postos no Corredor do Lobito, um projecto transnacional, no qual o antigo presidente dos EUA, Joe Biden, se envolveu pessoalmente, tendo destronado as intenções de Xi Jinping e do governo chinês.
Em entrevista ao The New York Times, em Dezembro de 2024, na véspera da visita de Joe Biden a Angola, o Presidente João Lourenço referiu que aquela via-férrea, para além de beneficiar Angola, vai “encurtar a ligação entre o Oceano Atlântico ao Índico”.
De acordo com o estadista angolano, o Corredor do Lobito acaba ainda por ser mais relevante para o mundo face à insegurança reinante no Mar Veemelho, rota em que passam cerca de 12% do comércio global e 30% do tráfego de contêineres, transportando mais de 1 trilhão de dólares em mercadorias anualmente.
E mesmo se venha a resolver a situação de insegurança do Mar Vermelho, dissera João Lourenço, o “Corredor do Lobito continuará, portanto, sempre em vantagem”.
Para lá das explicações então dadas pelo Presidente João Lourenço, especialistas defendem ainda que o Corredor do Lobito ganha mais relevância face ao Cobalto extraído em mais de dois terços da produção mundial na RDC. O componente é necessário em muitos produtos electrónicos modernos, especialmente no fabrico de baterias para veículos eléctricos.
Ciente da importância do Corredor, Joe Biden, que em 2024 já se encontrava em fim de mandato, garantiu mais investimentos ao projecto, mas a sua saída do poder nos EUA, gerou percepções contrárias ao prometido.
De início, de forma implícita, Donald Trump deu a entender que fazia descaso de África, e das parcerias que tivessem as digitais de Joe Biden, mas essa narrativa que foi ganhando forma, acaba de ser esbatida.
Na sequência da Cimeira EUA-Angola, que teve lugar em Luanda, de 22 a 25 deste mês, os norte-americanos anunciaram um investimento de 5 mil milhões de dólares, e ainda ficou a promessa de mais um incremento de 100 mil milhões de dolares para vários sectores, com destaque para o Corredor do Lobito.
De referir que, a ideia do Corredor do Lobito, em Angola, nasceu de um irlandês, em 1906, sendo que o objectivo de concepção daquele período continua: controlar o fluxo e transporte de recursos minerais na RDC, na Zâmbia, e ligando ao Porto do Lobito, mantendo assim ligações ferroviárias com outros importantes portos da região.

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