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Administração Trump mantém interesse norte-americano no Corredor do Lobito

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Projecto que liga Angola à RDC e Zâmbia por via-férrea teve participação directa e financeira dos EUA, então sob Administração do democrata Joe Biden. Porém, com a ascensão do republicano Donald Trump à Casa Branca, surgiram rumores de que era o fim do Corredor do Lobito, face à decisão de Trump de suspender as ajudas à África, além de revogar várias iniciativas de seu antecessor. Em Angola, altos quadros de partidos na oposição davam a cara à narrativa do fim do referido projecto, que acabou por trazer, pela primeira vez, um Chefe de Estado norte-americano ao país.

A Administração Trump, que tem sido apontada como que fazendo descaso aos países africanos, parece manter o interesse norte-americano no Corredor do Lobito, em Angola.

A perspectiva, entretanto, foi trazida à baila pelo prestigiado jornal americano The New York Times, numa matéria em que foram ouvidas algumas individualidades angolanas. O projecto, de 4 mil milhões de dólares, segundo escreveu o diário estadunidense criado em 1851, foi iniciativa de assinatura do governo Biden na África.

Portanto, é um corredor ferroviário de 800 milhas de Angola até o Oceano Atlântico, e atraiu as atenções de Joe Biden, o antigo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), face à sua importância na balança de correlação de força e influência em África, em relação à China, outro gigante económico mundial, que ameaça a hegemonia económica norte-americana.

A relevância dada por Joe Biden ao projecto e ao Estado angolano, em geral, tornou-se evidente com a visita que o democrata efectuou a Angola, em Dezembro de 2024, que ficou para a história como a primeira visita de um Chefe de Estado norte-americano a Angola, desde a fundação do país.

Embora tenha visitado Luanda, numa altura em que se encontrava em fim de mandato, Joe Biden prometeu que a presença dos EUA no Corredor do Lobito era para manter, e anunciou um financiamento de mil milhões de dólares para a segurança alimentar no país.

“Ainda muito será feito por Angola”, garantiu na ocasião Joe Biden.

Entretanto, muitos players da política doméstica e activistas sociais desvalorizaram as promessas de Biden, e aventavam que o projecto estava prestes a conhecer o seu fim, tendo em conta que o substituto de Biden, não demonstrava nenhum interesse em alavancar parcerias, nem manter negócios em África.

Sem receios, altos quadros de partidos na oposição deram a cara à narrativa do fim do Corredor do Lobito. Porém, passados dois meses, Donald Trump, de acordo com o The New York Times, dá mostras de que a coisa pode não ser bem assim.

Por exemplo, nessa quarta-feira, dia 02, o embaixador dos EUA em Angola, James Story, deu continuidade a sua visita de trabalho com um dia completo de encontros estratégicos que destacam o forte compromisso do seu país e dos parceiros internacionais com o Corredor Lobito, uma informação reportada por diferentes órgãos de comunicação social americanos.

O dia, entretanto, começou com uma viagem de comboio panorâmica até a Pensana, onde a delegação participou numa cerimónia de lançamento de um grande projecto que ajudará a impulsionar o desenvolvimento de infra-estrutura e o crescimento económico em Angola.

A visita incluiu também paragens-chave no local do projecto da Acrow Bridge na Ganda e no terminal mineraleiro no Porto do Lobito — um ponto estratégico crítico para o comércio mineral, o crescimento de Angola e a conectividade regional.

Esses encontros, além de reflectirem a colaboração contínua entre os EUA, o Reino Unido, a UE e Angola na promoção da prosperidade, inovação e a segurança em toda a região, também acabam por contrariar as especulações à volta do Corredor do Lobito e a Administração Trump.




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