Sociedade
Associação tenta travar subida do mototáxi: “estamos em diálogo permanente com o Governo e os motoqueiros”

O presidente da associação nega especulação organizada e apela aos associados para não praticarem actos reprováveis.
A Associação dos Mototaxistas e Transportadores de Angola (AMOTRANG) assegura estar a manter contactos permanentes com as autoridades governamentais e com os seus associados para conter a tendência de subida descontrolada nos preços das corridas de táxi, particularmente no sector dos mototáxis.
Em declarações prestadas esta quinta-feira, 10, à Rádio Correio da Kianda, o presidente da AMOTRANG, Bento Rafael, reagiu às denúncias de que alguns mototaxistas estariam a cobrar 500 kwanzas por corrida, valor considerado exagerado por muitos utentes, sobretudo em zonas suburbanas.
“Estamos em diálogo permanente com o Governo para encontrar soluções práticas que minimizem o impacto dos custos operacionais. Também conversamos com os nossos associados para que evitem especulações nos preços, porque isso só agrava o sofrimento da população”, declarou Bento Rafael.
Questionado sobre os relatos de cobranças abusivas, o líder associativo esclareceu que não há uma tabela oficial para os mototáxis, e que muitos dos valores praticados resultam de acertos prévios entre passageiro e condutor.
“Quando há um acerto entre as partes, não se pode falar em especulação. No entanto, orientamos os motoqueiros a serem razoáveis, principalmente em contextos de dificuldade social”, frisou.
Apesar de reconhecer que o custo de vida, o preço do combustível e a manutenção das motorizadas pressionam os profissionais, Bento Rafael apelou aos membros da associação a não enveredarem por práticas reprováveis socialmente, como a cobrança arbitrária, ameaças ou recusas injustificadas de rotas.
“Estamos a trabalhar para organizar o sector e só o conseguiremos com disciplina e consciência social por parte dos nossos associados”, enfatizou.
A AMOTRANG tem vindo a defender, nos últimos anos, a profissionalização da actividade, com a implementação de um código de conduta, identificação oficial dos mototaxistas e uma maior fiscalização para proteger tanto os utentes como os operadores.
O presidente reiterou que a associação continua aberta ao diálogo com o Governo, parceiros e utentes, para construir soluções justas e sustentáveis no sector da mobilidade urbana informal.