Politica
Agricultura é a chave do desenvolvimento sustentável de África, destaca João Lourenço

Para o Chefe de Estado angolano, a agricultura é muito mais do que uma actividade económica “é a chave do desenvolvimento sustentável e uma fonte inesgotável de novas oportunidades para as famílias africanas”.
João Lourenço proferiu estas palavras durante o discurso de abertura da Sessão Extraordinária da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da União Africana (UA) sobre o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África (PIDAA), que decorreu em Kampala, capital do Uganda.
João Lourenço disse que a cimeira deve ser vista como uma oportunidade para analisar tudo que já foi feito, desde a aprovação do Programa Integrado para o Desenvolvimento Agrícola em África em 2003, por via da Declaração de Maputo e da aprovação da Declaração de Malabo em 2014 e o que resta fazer ainda, para os países tomarem as melhores decisões para a correcção dos erros cometidos e, desta forma, traçar as linhas que conduzam ao cumprimento do grande objectivo da eliminação da fome, da redução da pobreza e da promoção da segurança alimentar em África.
O estadista angolano destacou ainda à Declaração de Malabo, onde admitiu que apesar dos esforços desenvolvidos, continuam aquém do que se pretende quanto a implementação dos sete compromissos relativos ao crescimento Agrícola acelerado e transformação para a prosperidade partilhada e melhoria dos meios de subsistência o que coloca o continente africano distante do comprimento dos objectivos estabelecidos na agenda 20/30 sobre o desenvolvimento sustentável e na agenda 20/63 da União Africana.
O Chefe de Estado aproveitou também o momento para felicitar a Comissão da União Africana que por via do departamento da agricultura, desenvolvimento rural, economia azul ambiental sustentável e da agência de desenvolvimento da UA tem desenvolvido um trabalho assinalável, para que a iniciativa produza resultados pretendidos por todos.
“A estratégia renovada é resultado de um esforços conjugados e do espirito de colaboração dos Estados membros da UA, sector privado, sociedade civil, das comunidades económicas regionais e dos parceiros de desenvolvimentos, por isso, aproveitou a oportunidade para apelar a responsabilidade colectiva”.
João Lourenço destacou ainda as contribuições de instituições africanas cuja dedicação ao pan-africanismo tem ajudado a enfrentar desafios comuns com inovação e resiliência. Continuou dizendo que os documentos aprovados nesta cimeira representarão um ponto de viragem para o continente, por isso há necessidade de redobrar os esforços para atingir as metas definidas nos diferentes planos de acção.
“Vamos sair desta cimeira com novas directivas para concretização dos objectivos aqui traçados”, afirmou.
Para os próximos dez anos, o presidente de Angola exortou a UA a encontrar mecanismos para a implementação de instrumentos estratégicos, bem como trabalho de estreita colaboração com Estados-membros para integração dos planos nacionais de investimento agrícola usando os meios disponíveis para impulsionar a agricultura.
“Há a necessidade de honrar o compromisso assumido na declaração de Malabo de afectar dez por centos dos orçamentos nacionais de agricultura apesar dos condicionalismos de natureza financeira enfrentada por todos”, ressaltou.
O plano de acção que compõe o Programa Integrado para o Desenvolvimento da Agricultura em África, está assente em seis pilares estratégicos que constituem em promover a produção alimentar, agro-indústria, comércio durável, estimular o investimento e financiamento da transformação, garantir a segurança alimentar e nutricional para todos, promover a inclusão e os meios de subsistência equitativa, construir sistemas agro-alimentares resilientes e reforçar a governação dos sistemas agro-alimentares.
O Presidente da República de Angola convidou ainda os participantes da cimeira a defender com determinação e convicção por constituir um roteiro que conduzira em bons resultados.
Para o estadista, o programa deve constituir a base da atracção de investimentos para agricultura, para produção de adubos e fertilizantes, vacinas, tractores e alfaias agrícolas e de outros insumos de forma a desenvolver uma agricultura que garanta a auto-suficiência e segurança alimentar.