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Escassez de preservativos leva trabalhadoras do sexo a recorrer a sacos plásticos no Zango

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Na zona do Zango, no município de Calumbo, Província de Icolo e Bengo, trabalhadoras de sexo estão a recorrer a sacos plásticos devido à escassez de preservativos.

A denúncia foi feita esta terça-feira, 02, por António Coelho, presidente da ANASO, Rede Angolana das Organizações de Serviços de VIH/ SIDA, Tuberculose e Malária, no programa Capital Central, da Rádio Correio da Kianda.

A prática, descrita como “extremamente perigosa”, reflecte, segundo o responsável a escassez nacional de preservativos, testes rápidos e outros insumos essenciais. O problema agrava-se num momento em que decorrem as campanhas alusivas ao Dia Mundial da Sida, entre 15 de Novembro e 15 de Dezembro, período em que a procura aumenta e os serviços deveriam estar reforçados.

António Coelho explica que a falta de preservativos não é um fenómeno pontual, mas sim consequência de rupturas sucessivas de stock, atrasos na distribuição e insuficiência de financiamento por parte do Estado.

“Neste momento, não conseguimos realizar campanhas massivas porque não há testes e não conseguimos oferecer preservativos. Em localidades como o Zango, as trabalhadoras de sexo recorrem a plásticos para se proteger. Isso reduz o risco de VIH, mas expõe estas mulheres a um amplo conjunto de infecções sexualmente transmissíveis”, advertiu.

Segundo dados apresentados por Coelho, o Plano Estratégico Nacional de Combate ao VIH 2023–2030 está orçado em 700 milhões de dólares, mas a contribuição actual do Governo angolano é de apenas 24%, deixando o país altamente dependente de parceiros internacionais como o Fundo Global  cuja intervenção abrange apenas Benguela, Cuanza-Sul e Lunda-Sul.

Esta insuficiência financeira, reforça o responsável, ameaça a sustentabilidade da resposta nacional ao VIH e compromete a distribuição regular de medicamentos antirretrovirais, preservativos e material de testagem, sobretudo nas zonas periféricas e de maior vulnerabilidade social.

A ANASO alerta que, sem uma intervenção urgente, Angola corre o risco de ver aumentar as novas infecções, especialmente entre jovens, trabalhadoras de sexo e populações-chave que dependem dos serviços comunitários para acesso à prevenção.

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