Sociedade
Angola começa a realizar transplantes de órgãos humanos a partir do próximo ano
A ministra da Saúde, Sílvia Lutucuta, anunciou, em entrevista, que vários quadros angolanos estão a ser capacitados no exterior do país, para darem início a cirurgias de transplante de órgãos no próximo ano.
Segundo a ministra, a lei está aprovada e já existem unidades sanitárias com condições. Para além da formação de quadros, já existem parcerias de apoio definidas para a fase de arranque.
A ministra fez saber também que, até ao próximo ano, já serão feitos no país transplantes renais e de medula. De acordo com a gestora, “o mais complexo não é a cirurgia, mas sim o seguimento dos doentes”.
A ministra anunciou ainda que devido a melhoria dos serviços de saúde no nosso país, os serviços de junta médica em Portugal serão extintos até ao fim deste ano.
“Com a melhoria da assistência, nós começamos a tratar dos nossos doentes aqui, o sector de saúde em Portugal vai fechar, prevemos até ao final do ano ter condições para fechar, vamos manter a África do Sul para o tratamento desta complexidade, portanto, a redução da junta impõe-se. A junta é para um período, não é para as pessoas viverem em Portugal, neste momento, em termos de pacientes em Portugal, não são mais de quarenta doentes. Acreditamos que os que tiverem de fazer um tratamento mais prolongado vão ser transferidos para a África do Sul”, disse.
Sílvia Lutucuta garantiu que as obras do futuro Instituto Oftalmológico de Angola arrancam também no próximo ano.
“Nós evoluímos muito em termos de quadros, de recursos humanos qualificados, foram formados vários oftalmologistas com várias experiências em Espanha e nos outros países, mas ainda continuamos com um problema sério, que é a infraestrutura que não comporta, portanto, o serviço é de qualidade, mas em termos de infraestrutura ainda estamos muito mal. Nós gizamos um plano, teremos uma solução provisória aqui nos edifícios das três As, que as obras já estão em curso para a mudança da Cidadela para aqui, mas a partir do próximo ano começam as obras do novo Instituto Oftalmológico de Angola, que será na centralidade do Kilamba, adjacente ao hospital dos queimados, portanto ali os doentes serão atendidos com mais dignidade”, frisou.
A governante avançou também que em 2026, Angola terá uma fábrica de medicamentos essenciais para combater as grandes endemias.
“Na estratégia de sua excelência Presidente João Lourenço, tem estado a fazer um apelo internacional e outros entes do sector privado para entrar e começar de facto a apoiar essas iniciativas, já temos por aí umas oito ou nove iniciativas de privados que já estão a dar passos importantes para implantar aqui a indústria farmacêutica. Acreditamos que no próximo ano já vamos ter o fabrico de medicamentos em angola, medicamentos essenciais para as principais doenças, medicamentos para o combate as grandes endemias, malária, tuberculose, VIH, hipertensão, diabetes e também para outras doenças como anemia falciforme”, explicou.
