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Erradicar cólera em África até 2030 é quase que impossível, dizem especialistas

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O presidente do Sindicato dos Médicos, Adriano Manuel, entende que para a eliminação total da cólera no continente, é necessário que se adopte um conjunto de medidas de prevenção, além dos esforços realizados pelos cientistas e de mais profissionais da saúde.

A julgar pelas actuais condições sociais em Angola, marcadas pela carência de água em muitas regiões e a falta de saneamento básico, o médico justifica que não há condições de erradicação da doença até 2030, tal como se prevê.

“Erradicar a cólera até 2030 é complicado! Isso é conversa porque do ponto de vista prático no nosso país, concretamente, isso está longe de acontecer.

O quê que o nosso sistema de saúde faz para a prevenção? O que nós observamos é que quase ou nada se faz em relação a educação para a saúde. As escolas que deveriam ser um local onde devíamos educar as crianças e desta forma terem actitudes na perspectiva da prevenção, não têm agua corrente. A maior parte das escolas públicas não têm água potável”, disse o sindicalista.

Por sua vez, o sociólogo Agostinho Paulo, disse que a questão da erradicação da cólera passa antes e mais, pela consciencialização da população, devendo o Governo intervir neste capítulo, com o financiamento de campanhas direcionadas às comunidades, principalmente as mais vulneráveis.

“É imperioso que o Governo gize políticas públicas para mitigar esse mal”, disse.

Agostinho Paulo entende que a falta ausência de políticas públicas voltadas ao sector da saúde impedirá o alcance do objectivo, a erradicação da cólera num horizonte temporal de cinco anos.

Desde o início do surto da cólera, em de Janeiro deste ano, o país registou mais de 600 mortes associadas à doença num universo de mais de 19 mil casos.

Recorde que recentemente o presidente da União Africana anunciou o compromisso dos cientistas do continente com a erradicação da cólera até 2030.

João Lourenço fez o anúncio, durante a entrega de prémios IDEO NOGUSHI, no Japão, onde reiterou o empenho dos cientistas e profissionais da saúde africanos em coordenação com o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças, no sentido de desenvolver acções para pôr fim a cólera e outras doenças negligenciadas, num período de cinco anos.

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