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 “Há instituições ganhando milhões com a RDC desorganizada”, afirmam analistas

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Os especialistas que participaram no Programa Bancada Parlamentar, desta terça-feira, 04, que olhou essencialmente para o conflito no Leste da República Democrática do Congo (RDC), consideraram que o controlo sobre a maior zona mineira do Ribaia, que produz maior quantidade de coltan e outros minérios deve-se a interesses económicos financeiros.

O especialista em relações internacionais Paulo Gamba começou a sua abordagem falando sobre o surgimento do conflito naquele país vizinho, afirmando que ao contrário do que se diz, o M23 passou de um simples grupo rebelde para um beligerante, maioritariamente constituído por tutis da RDC, e que havia ainda outras milícias financiadas pelo antigo Presidente Mobutu.

O jurista português Rui Verde entende que há neste momento uma instrumentalização actual da situação, resumindo o conflito em três palavras como economia, Putin e Trump, por conta do crescimento da economia e da dívida do Ruanda que necessita da exportação dos minerais que se encontram no Este do país, na zona limítrofe com a RDC.

Rui Verde reforçou a sua afirmação segundo o qual o objectivo de Paul Kagame é de criar um protectorado na região cujos louros seriam repartidos com o Ruanda.

O também académico luso antevê o agravamento do conflito por conta daquilo a que chamou de distracção Trump, sustentando que o mundo está actualmente entretido com o que o novo líder da nação mais poderosa do mundo deixa de fazer, do que os problemas de África.

Já o Coordenador do Observatório Político e Social de Angola (OPSA), Sérgio Calundungo, assegurou que o conflito, várias vezes classificado como civil e interno, não o é, pelo facto de envolver maioritariamente o exército.

Paulo Gamba reafirmou que o conflito é meramente económico, e que se a RDC estiver organizada com um sistema tributário funcional e com segurança, dificulta as potências mundiais que pretendem aqueles recursos a adquirirem nos preços que adquirem e que há instituições que ganham mais vendo o Congo Democrático desorganizado.

Por sua vez, a jornalista francesa Augusta Conchiglia afirmou que apesar de existirem, actualmente, outros grupos no Leste da RDC, não se comparam com o M23 pelo forte poderio militar que ostenta com o apoio do Ruanda.

Em entrevista esta segunda-feira, 03, à CNN, o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, que vem sendo acusado pela República Democrática do Congo de apoio ao Movimento 23 de Março, inclusive com tropas, não desconfirmou a presença de contingente militar ruandês no Leste da RDC.

O grupo rebelde M23 havia declarado que faria um cessar. fogo por motivos humanitários, a pertir desta terça terça-feira, 04, entretanto, o  porta-voz do Governo da RDC, Patrick Muyaya, disse que os rebeldes tomaram a cidade, de Nyabibwe, na província de Kivu-Sul, a cerca de 100 quilómetros da capital, Bukavu.

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