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Aumenta tensão no Oriente Médio com ataques entre Paquistão e Irão
A força aérea do Paquistão lançou esta quinta-feira, 18, ataques aéreos de retaliação contra o Irão, alegadamente visando posições de rebeldes. Segundo informações da imprensa estatal iraniana, o ataque vitimou pelo menos nove pessoas.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros paquistanês descreveu a acção como “uma série de ataques militares de precisão altamente coordenados e especificamente direccionados”.
O ataque ocorreu um dia após as forças iranianas terem atacado o que disseram ser campos de rebeldes na província do Sistan-Baluchistão, no Paquistão.
Segundo agências de notícias internacionais, os vizinhos pareciam estar a melhorar as suas relações, tendo o Ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Hossein Amirabdollahian, e o Ministro paquistanês, Kakar, se reunido em Davos, esta semana, antes dos ataques iranianos ao Paquistão.
Os comentários do Paquistão após os ataques de retaliação indicam um desejo de manter o conflito contido, mas os analistas alertam para o facto da situação acabar por ficar fora de controlo.
“A motivação do Irão para atacar o Paquistão permanece opaca, mas à luz do comportamento iraniano mais amplo na região, pode escalar”, disse à Reuters Asfandyar Mir, especialista sénior em segurança do Sul da Ásia no Instituto da Paz dos EUA.
A escalada do conflito na região teve início com o ataque do Hamas a Israel, em Outubro passado, que despoletou retaliações por parte de Telavive, com os aliados israelitas a acusarem o Irão de apoiar os rebeldes contra Israel.
Os confrontos já vitimaram mais de dezasseis mil pessoas, grande maioria cidadãos palestinianos.
Os conflitos arrastaram-se para o Mar Vermelho, com os Estados Unidos da América e o Reino Unido a realizarem ataques aéreos contra alegados rebeldes houthis, no Iêmen, que estariam a atacar navios comerciais internacionais.
Como resultado, o preço do barril de petróleo subiu 9% – um reflexo do temor de que aumente a tensão na região. O Banco Mundial alertou que o Brent pode atingir US$ 150 se a guerra no Oriente Médio continuar.
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