Politica
UNITA acusa Governo de reprimir manifestação com uso excessivo da polícia

O secretário provincial da UNITA em Luanda, Adriano Sapinãla, acusou neste domingo, 13, o Governo angolano de recorrer à Polícia Nacional para reprimir de forma violenta a manifestação promovida pela sociedade civil nas ruas da capital.
As declarações foram feitas durante o acto de inauguração do Comité Municipal da UNITA no município da Ingombota, onde Sapinãla condenou aquilo que considera ser o uso desproporcional da força por parte das autoridades contra cidadãos que, segundo afirmou, exerciam pacificamente o direito constitucional à liberdade de expressão e manifestação.
“Nós não culpamos a Polícia Nacional, porque sabemos que muitos dos seus agentes apenas cumprem ordens superiores. Mas é preciso que entendam que estão a reprimir o próprio povo de que fazem parte. Eles também enfrentam o mesmo custo de vida, também têm filhos nas escolas sem carteiras, vivem em bairros sem água nem luz e trabalham em esquadras sem meios técnicos adequados. A polícia está a ser instrumentalizada por um Governo que falhou. E quando a repressão é usada como resposta às exigências do povo, a democracia está em perigo”, disse.
Referir que a manifestação, organizada por movimentos da sociedade civil, teve como objectivo protestar contra o elevado custo de vida e exigir maior transparência na gestão da coisa pública. Participantes relataram detenções arbitrárias e agressões físicas por parte das forças da ordem, durante o decorrer do protesto.
Até ao momento, nem a Polícia Nacional nem o Governo Provincial de Luanda reagiram oficialmente às acusações apresentadas pela UNITA.
A oposição tem vindo a denunciar, com frequência, alegados abusos policiais durante manifestações pacíficas, enquanto o Executivo reafirma o compromisso com o respeito pelos direitos e liberdades fundamentais, dentro dos limites da lei.