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Tentativa de destituição de Nimi-a-Simbi na FNLA leva à suspensão da reunião do Bureau Político

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A reunião do Bureau Político da FNLA, realizada na passada sexta-feira, 26, terminou sem conclusões, devido à intervenção do histórico dirigente Ngola Kabango, que, segundo fontes, terá adotado uma postura considerada “petulante”, interpretada como uma tentativa de humilhar o presidente do partido, Nimi-a-Simbi.

Um membro da direção da FNLA disse à Rádio Correio da Kianda que Ngola Kabango tem tratado a organização como propriedade pessoal, chegando a autoproclamar-se “único antigo combatente de primeiro grau” e “Yalakú”, expressão que, segundo a mesma fonte, significa “único sucessor fiel de Álvaro Holden Roberto”. Durante a reunião, Kabango terá mesmo convidado o atual líder a abandonar a sala, gesto considerado incomum e que terá precipitado a suspensão do encontro.

Outro dirigente presente explicou que o impasse começou logo na aprovação da agenda. Um grupo defendia que se fizesse o balanço das atividades desenvolvidas e se projetassem ações futuras, mas a proposta não reuniu consenso. Face ao cenário, o presidente Nimi-a-Simbi abandonou a reunião, situação que muitos interpretaram como parte de um plano premeditado para inviabilizar os trabalhos, evitando a sua eventual destituição.

Recorde-se que em março deste ano o Comité Central da FNLA também não conseguiu chegar a conclusões, apenas retomando os trabalhos em maio. Agora, com a suspensão da reunião do Bureau Político, torna-se necessário remarcar o encontro, passo obrigatório antes da convocação da segunda reunião ordinária do Comité Central, de acordo com os estatutos do partido.

Uma fonte fidedigna assegurou que, caso a direção de Nimi-a-Simbi não reconvoque a reunião em breve, o Comité Central poderá reunir-se por iniciativa própria e destituir a atual liderança. Nesse cenário, estaria em perspetiva a realização de um congresso extraordinário em 2026, para eleger uma nova direção capaz de dinamizar as estruturas da FNLA e preparar o partido para concorrer em melhores condições nas eleições gerais de 2027.

Por outro lado, a mesma fonte defendeu que Ngola Kabango não constitui fator de instabilidade, sublinhando que tem dado apoio político, moral e material para a manutenção de alguns comités municipais e provinciais, recorrendo a meios próprios.

Jornalista multimédia com quase 15 anos de carreira, como repórter, locutor e editor, tratando matérias de índole socioeconómico, cultural e político é o único jornalista angolano eleito entre os 100 “Heróis da Informação” do mundo, pela organização Repórteres Sem Fronteira. Licenciado em Direito, na especialidade Jurídico-Forense, foi ainda editor-chefe e Director Geral da Rádio Despertar.

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