Sociedade
País possui mais de três mil crianças nas ruas
Muitas são as crianças em Angola que estão em situação de “mendicidade infantil e vítimas de negligência e instrumentalização”.
A preocupação foi demonstrada recentemente pela Directora Geral Adjunta do Instituto Nacional da Criança, Maria Luísa Gourgel, quando na cerimónia de celebração dos 25 anos de Canonização de João Calábria e do triénio dedicado à criança, à nível da Conferência Episcopal de Angola e São Tomé (CEAST).
A responsável começou por referir que existem no país, mais de três mil crianças nas ruas e outras oito mil em centros de acolhimento e em lares infantis.
Estas crianças, nas ruas do país, são, de acordo com Maria Luísa Gourgel, “vítimas de mendicidade, vítimas de serem instrumentalizadas nos mais variados aspectos”.
Garantiu, no entanto, estarem em curso, acções, como formação de formadores, no âmbito do sistema de protecção da criança, sobre a qual pediu união de todos para o cuidado dos menores, “porque ela é agora é ela não espera”.
Maria Luísa Gurgel referiu, ainda, que o número de crianças que “não gozam da paz” é significativo no país, “porque os pais não permitem, porque os pais, à partida fogem das responsabilidades paternais, porque a mãe abandona, porque a criança é estigmatizada, ou então porque a criança é abandonada, é instrumentalizada e é vítima de negligência”.
A Directora Geral Adjunta do INAC, aproveitou a ocasião para apelar às organizações da sociedade civil, com destaque para as igrejas, na condição de parceiras do Estado, a se juntarem aos esforço do governo na sensibilização das famílias para o bem das crianças, “porque criança hoje, adulto amanhã”.
“Se nós não cuidarmos da estabilidade psíquica-emocional da criança, estamos a ferir todo um conjunto de acções que se fazer no âmbito da protecção, da transmissão de valores cívicos e morais, para que cada uma criança, pode ter a formatação do seu carácter e Caminhar”, afirmou.