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ONU denuncia violência durante eleições em Myanmar
O Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, disse em comunicado que “as autoridades militares em Myanmar devem parar de usar violência brutal para forçar as pessoas a votar e parar de prender aqueles que expressam opiniões divergentes”.
Segundo a ONU, tanto o regime militar como os grupos armados de oposição ao exército intensificaram a violência, a repressão e a intimidação antes das eleições, que serão realizadas por fases, sem a participação de uma oposição democrática representativa.
A junta militar birmanesa, que tomou o poder num golpe de Estado em Fevereiro de 2021, deteve dezenas de pessoas ao abrigo de uma “lei de protecção eleitoral”, incluindo três jovens que foram condenados a penas de até 49 anos de prisão por pendurarem cartazes em Rangum a apelar ao boicote das eleições, segundo a ONU.
Os militares ameaçam ainda os deslocados internos com ataques aéreos e confiscam os seus bens caso não regressem aos seus locais de origem para votar.
“Obrigar os deslocados a regressar de forma insegura e involuntária é uma violação dos direitos humanos”, declarou Türk.
Türk observou que parte da população enfrenta também ameaças de grupos armados opositores à ditadura, que pretende os impedir de votar.
“Estas eleições estão claramente a decorrer num ambiente de violência e repressão (…). Não existem condições para o exercício dos direitos à liberdade de expressão, de associação ou de reunião pacífica que permitam a participação livre e significativa da população”, afirmou o Alto-comissário.
