África
Moçambique: Venâncio Mondlane convoca novas manifestações para quinta e sexta-feira
O candidato às eleições de Moçambique, Venâncio Mondlane, voltou a convocar manifestações em todo o território daquele país lusófono do Índico, para quinta e sexta-feira, depois da paralisação da última segunda-feira.
As manifestações estão a ser usadas como forma de rejeitar os resultados eleitorais e protestar contra o assassínio do seu advogado e do seu mandatário político na noite de sexta-feira, na cidade de Maputo, capital do país.
A escolha de quinta-feira para o início dos dois dias da próxima marcha, pelo facto de ser o dia em que está previsto o anúncio dos resultados definitivos das eleições gerais pela Comissão Nacional de Eleições.
“O país nestes dois dias deve ficar parado”, declarou o político, durante uma live nas rede social Facebook, na noite de ontem.
Para Mondlane, os dois dias de manifestações e greve geral, são “um presente” para a Comissão Nacional Eleitoral moçambicana, enquadrado no que chamou de “roteiro revolucionário” do país.
“Dia 21, fizemos um dia só de paralisação de toda actividade. Dia 24 vamos subir a nossa fasquia. Vamos paralisar o país por dois dias e desta vez, primeiro, a paralisação de todo o acto de trabalho no sector público, sector privado. Vamos paralisar todo o trabalho. Depois vamos sair à rua para manifestar com cartazes. Desta vez, meus irmãos, não vamos ter pontos de concentração como a gente faz, onde eles levam todos os blindados porque sabem que nós anunciamos que é uma concentração no ponto X ou no ponto Z”, detalhou.
Comunicou que as manifestações devem ocorrer em todos os bairros e distritos das 11 províncias do país.
“Os 154 distritos de Moçambique devem sair para manifestar. Jovens em cada distrito, combinem vocês nos vossos grupos de WhatsApp onde querem fazer a vossa manifestação”.
Aos cidadãos de Maputo, capital do País, o politico apelou à sua adesão ao acto.
“Os 64 bairros da cidade de Maputo devem se manifestar. Cada jovem que está no seu bairro manifeste-se, levantar os seus cartazes, levantar os seus dísticos para nos manifestarmos contra este regime assassino”.
Entretanto, exortou a não partir para a vandalização de bens públicos por se tratar de manifestações pacíficas.
“Não é para destruir bens públicos. Não é para destruir instituições públicas, não é para destruir os bens de que nós vamos precisar.”
Na sua comunicação, o político reitera acusações de que na quinta-feira a CNE vai anunciar os “resultados profundamente falsos”.
“Não é o que o povo votou. Isso está claro”, referindo-se ao apuramento dos resultados ao nível das províncias, que dão a vitória à Frelimo, no poder, e ao seu candidato presidencial, Daniel Chapo, com mais de 60% dos votos.
Para sustentar as suas acusações, Venâncio Mondlane recorre dos dados do centro de contagem paralela, dos editais e da “consciência do próprio povo também mostra que não votou na Frelimo e que não votou no candidato da Frelimo”, pelo facto de se sentir humilhado e continua sacrificado” pelo governo cessante.