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Militares depõem Presidente Embaló e assumem controlo total da Guiné-Bissau

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O Alto Comando Militar para Restauração de Segurança Nacional e Ordem Pública, composto por diferentes ramos das Forças Armadas, anunciou esta quarta-feira, 26, ter assumido a plenitude dos poderes do Estado da República da Guiné-Bissau.

“Até que toda a situação seja convenientemente esclarecida e reposta às condições para pleno retorno à normalidade constitucional, o Alto Comando Militar para Restauração de Segurança Nacional e Ordem Pública decide depor imediatamente o Presidente da República, encerrar até novas ordens todas as instituições da República da Guiné-Bissau, suspender até novas ordens as actividades de todos os órgãos de comunicação social”, leu o porta voz militar.

Os militares anunciaram ainda a suspensão “imediatamente o processo eleitoral em curso, encerrar a fronteira terrestre, marítimo e espaço aéreo nacional, estabelecer a recolhida obrigatória desde as nove horas até as seis horas, até as ordens contrárias, até repostas às condições necessárias para restaurar a normalidade constitucional do Estado de Guiné”.

Em causa, segundo o Alto Comando Militar para Restauração de Segurança Nacional e Ordem Pública estaria a descoberta de um plano em curso para desestabilização do país “para a operacionalização da qual se montou um esquema operacional oriundo de alguns políticos nacionais, com a participação do conhecido Barão de Drogas. Nacionais e estrangeiros, bem como tentativa de manipulação do resultado eleitoral. A efectivação desse plano foi descoberta pelo Serviço de Informação do Estado”, que terá “descoberto um depósito de armamento de guerra”.

Em declarações à Rádio Correio da Kianda, o analista Rui Verde disse que o que acontece, neste momento, naquele país “é um golpe absoluto de imposição total de um novo poder”.

“É uma conspiração de políticos, ligados a barões de drogas. Isso é muito vago. Isso interrompe o processo eleitoral. Interrompe a contagem. Vamos ir além das narrativas e ver os resultados. Um novo Governo militar com poder absoluto e a interrupção do processo de contagem de votação. Isso começa a parecer óbvio que é alguém que não quer que saia o resultado das eleições”, afirmou.

Ainda segundo os militares, o Alto Comando Militar para Restauração de Segurança Nacional e Ordem Pública “exercerá o poder do Estado a contar desta data”.

Mais de 65% dos eleitores compareceram às urnas na Guiné-Bissau, no domingo, 23, e os resultados provisórios deveriam ser anunciados na quinta-feira.

Na disputa acirrada concorriam até então, Fernando Dias, de 47 anos, do Partido da Renovação Social, que ganhou força após obter o apoio do ex-primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC que ficou em segundo lugar em uma eleição presidencial contestada em 2019, e Umaro Embaló, de 53 anos, ex-general do exército que busca se tornar o primeiro presidente em exercício de seu país em três décadas a ser reeleito.

Ambos estavam a reivindicar serem vencedores nas eleições.

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