África
“Mali dá salto maior que as pernas ao assinar acordo com a Rússia sobre uso da energia nuclear”

O Mali e a Rússia assinaram esta segunda-feira, 23, acordos para fortalecer as suas relações económicas e comerciais, incluindo um acordo de cooperação sobre “o uso pacífico da energia nuclear”, de acordo com um comunicado Kremlin.
O acordo é resultado do encontro que o presidente interino do Mali, Assimi Goïta manteve com o presidente russo, Vladimir Putin, por ocasião da visita oficial de cinco dias que, faz a Moscovo, desde este domingo.
Para o analista político, Eurico Gonçalves, o acordo de cooperação sobre “o uso pacífico da energia nuclear” que foi possível mediante a estratégia de influência da Rússia na região do Shael, representa vantagens do ponto de vista militar, mas também económico e ambiental
“Para inviabilizar as acções dos grupos Jihadistas”, Eurico Gonçalves entende que a aliança dos países do Sahel precisa de sustentabilidade militar, que o leva a reflectir sobre a capacidade da Rússia de estabelecer a paz naquela região do país africano.
Entretanto, do ponto de vista do politólogo Adálio Pereira, os acordos firmados entre o Mali e a Rússia estão fora das prioridades do Mali face a realidade social do país, uma vez que “não se combate o terrorismo com armas nucleares”.
O especialista entende que um acordo de cooperação sobre “o uso pacífico da energia nuclear” está acima das capacidades que o Malí pode suportar, o que se pode traduzir num salto maior que a perna.
A visita de Goïta a Moscovo ocorre logo após o grupo paramilitar russo Wagner deixar o Mali. O grupo estava destacado no país desde Dezembro de 2021 e vinha sendo repetidamente acusado de violações dos direitos humanos.
Os dois líderes também assinaram um acordo sobre a criação de “uma Comissão Intergovernamental Rússia-Mali para cooperação comercial, económica, científica e técnica