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Mais de 6 mil jovens “lotadores” dependem do táxi em Luanda: ANATA alerta para impacto social e Governo condena actos de vandalismo

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A paralisação dos táxis em Luanda, iniciada esta segunda-feira, 28, está a ter impacto profundo na vida dos cidadãos e na mobilidade urbana da capital.

Segundo o presidente da Associação Nacional dos Taxistas de Angola (ANATA), Francisco Paciente, em entrevista recente à Rádio Correio da Kianda, Luanda conta com mais de 18 mil táxis, e mais de 6 mil jovens, conhecidos como “lotadores”, dependem directamente deste sector para o seu sustento.

Francisco Paciente sublinhou que os prejuízos económicos provocados pela paralisação são significativos e compara com dados de greves anteriores, apelando à necessidade de diálogo construtivo entre o Governo e as associações legítimas do sector.

A paralisação, provocada pela subida do preço do gasóleo, originou enchentes nas paragens, longas caminhadas a pé e também actos de vandalismo em zonas como Camama,  Zango, Benfica e Golfe, onde grupos de indivíduos não identificados intimidaram motoristas e danificaram viaturas.

Perante este cenário, o Governo Provincial de Luanda emitiu um comunicado a manifestar “elevada preocupação” com os distúrbios registados, condenando com veemência os actos de vandalismo, agressões e destruição de bens públicos e privados, promovidos por grupos sem legitimidade representativa da classe dos taxistas.

No mesmo comunicado, o Governo Provincial esclarece que as principais Associações e Cooperativas de Táxi já haviam cancelado oficialmente a paralisação no fim de semana, na sequência de um esforço de diálogo com as autoridades. Ainda assim, indivíduos alheios à classe insistiram em acções de coacção e violência.

“A protecção da vida, da liberdade e da integridade física e patrimonial das pessoas constitui uma prioridade do Estado”, refere o comunicado, acrescentando que as forças da ordem pública estão activamente no terreno para restabelecer a normalidade.

O sociólogo Agostinho Paulo considera que a greve pode agravar ainda mais a situação económica de famílias que vivem exclusivamente do transporte informal. Já o especialista em Administração Pública, Denílson Duro, apelou ao reforço da segurança nas paragens e ao aumento das garantias para atrair investimento e confiança no sector.

Também a Comissão Política Permanente do Bloco Democrático manifestou solidariedade com os taxistas, alertando para o impacto social da subida dos combustíveis, e pediu ao Presidente da República e ao Executivo a revisão urgente desta política.

Enquanto a situação ainda se mantém instável, a ANATA mantém o apelo ao diálogo e à preservação da ordem pública, reiterando que a solução está na concertação e não na violência.

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