Sociedade
Lei que controla consumo de álcool vai auxiliar na estabilidade das famílias, diz sociólogo
Foi aprovada esta quinta-feira, na generalidade, e segue agora para discussão nas comissões especializadas da Assembleia Nacional, a proposta de lei sobre o regime especial da disponibilização do consumo de bebidas alcoólicas no país.
A visão do Governo é combater o consumo excessivo de bebidas, sobretudo no período normal de trabalho, junto das instituições escolares, Saúde, bem como nas forças de Defesa e Segurança.
O instrumento jurídico foi aprovado com 163 votos a favor, nenhum contra e nenhuma abstenção.
O Secretário de Estado para a Saúde Pública, Carlos Pinto de Sousa, que apresentou o documento, fala dos que mais consomem álcool no país.
“Jovens e profissionais de saúde e defesa e segurança são os que mais consomem. O diploma pretende fixar um regime de limitação do acesso as bebidas alcoólicas aas instituições socialmente mais importantes”, explicou.
Por sua vez, o deputado do Grupo Parlamentar da UNITA, David Álvaro, pretende que o diploma estabeleça um período regular para a venda de bebidas alcoólicas.
“O consumo de bebida alcoólica deve regular as horas para sua aquisição. No nosso país quase que isso acontece todo dia. Menos álcool mais saúde para o povo de Angola”, falou.
Já Alcides Severino Maiacala, do Grupo Parlamentar do MPLA, aplaude a medida e aponta que as causas do aumento do consumo excessivo de bebidas alcoólicas deve-se à sua disponibilização ilimitada.
Ouvidos à respeito, os ouvintes da Rádio Correio da Kianda avançam que a medida poderá ser um grande desafio para o Governo angolano devido ao fácil acesso.
“Em outros países, a pessoa compra e vai beber em casa. Nada de ficar a beber nas ruas. Temos muitas tabernas, casas, barracas que vendem, mesmo estipulando, o Governo não vai conseguir controlar isso”, disse uma ouvinte.
“Melhor período se variasse das dezoito até 21 horas. Nos dias de hoje, infelizmente a nossa juventude está muito inclinada no álcool. Bebida está a estragar a juventude. É triste”, lamentou outro ouvinte.
Para o jurista e sociólogo Samora Neves, a medida do Executivo é assertiva, por considerar que o álcool é um elemento que desestrutura as famílias.
“Penso que é assertiva é só olharmos para a destruturação familiar resultante do consumo excessivo de bebidas alcoólicas. O álcool vai destruindo a família, o indivíduo de forma paulatina, mas pode ser controlado, independente de ser uma droga lícita, para que não afecte a convivência sadia da sociedade. A Lei vai ter reflexo completo na estabilidade das famílias. Quantos nossos cidadãos foram despedidos por consumo de bebidas alcoólicas?”, questionou.
