Sociedade
INSS denuncia igrejas que não pagam segurança social dos seus trabalhadores
O presidente do Conselho de Administração do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), Anselmo Monteiro, denunciou esta segunda-feira, 27 em Luanda, a falta de enquadramento social de milhares de trabalhadores ligados às igrejas e clubes desportivos em Angola.
Durante a apresentação dos resultados do INSS entre 2017 e o primeiro semestre de 2025, o responsável afirmou que a maioria das instituições religiosas não garante proteção social aos seus sacerdotes e colaboradores, apontando de forma directa a Igreja Católica e outras denominações como a Igreja de Simão Toco.
“Aqui uma crítica vai para a Igreja Católica, onde eu tenho feito um exercício muito grande, particularmente com Dom Filomeno e Dom Anastácio Cahango, porque os nossos sacerdotes não têm proteção social”, declarou Anselmo Monteiro, lamentando que apenas 6.259 membros do clero estejam inscritos no sistema de segurança social.
O gestor sugeriu que as igrejas poderiam destinar parte do dízimo para a contribuição obrigatória dos seus trabalhadores, garantindo assim o futuro dos sacerdotes e demais funcionários eclesiásticos.
“Tem sido uma luta para que inscrevam estas pessoas na segurança social”, acrescentou, defendendo uma maior responsabilidade das instituições religiosas neste domínio.
Anselmo Monteiro estendeu a crítica também ao sector desportivo, revelando que apenas o Petro Atlético de Luanda cumpre regularmente com as suas obrigações de segurança social para com os atletas.
Segundo o presidente do INSS, o Decreto Presidencial de 2022, que institui o regime jurídico da proteção social obrigatória para praticantes desportivos profissionais, “não tem sido muito exitoso”, devido à falta de divulgação e à pouca sensibilidade dos clubes e dos próprios atletas.
“Há atletas que durante anos receberam somas avultadas e hoje, na idade da reforma, recorrem à segurança social sem nunca terem contribuído”, afirmou Monteiro.
O presidente do INSS concluiu apelando a uma maior consciência institucional e individual, tanto nas igrejas como no desporto, para que todos os trabalhadores estejam devidamente protegidos, sublinhando que “a segurança social é um direito e também um dever”.
