África
Independência de Moçambique foi marcada por “fraudes eleitorais”, diz líder da Renamo
Os 50 anos de independência moçambicana foram marcados por “fraudes eleitorais” e um “Estado falhado”, disse esta terça-feira, 24, o líder da Renamo que pediu condições para que as próximas eleições sejam transparentes, defendendo a alternância do poder.
“Como corolário de um percurso de meio século, Moçambique é um Estado falhado, por isso é um imperativo nacional conquistar a independência económica nos próximos 50 anos. Para o efeito, é fundamental a realização de eleições livres, justas e transparentes para permitir a alternância governativa”, disse o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo).
Em conferência de imprensa, em Maputo, sobre os 50 anos de independência, que se comemoram esta quarta-feira, 25 de Junho, Ossufo Momade lançou uma ampla crítica aos processos eleitorais no país, começando nas primeiras eleições multipartidárias.
A Renamo, partido mais antigo da oposição moçambicana, perdeu o estatuto da segunda força política mais votada nas eleições gerais de 09 de outubro, passando de 60 deputados, que obteve nas legislativas de 2019, para 28 parlamentares, vendo o partido Povo Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que nunca tinha antes tido um deputado, a assumir essa posição.
Ossufo Momade também apontou que os 50 anos de independência são comemorados num contexto em que o país enfrenta uma rebelião armada em Cabo Delgado, com ataques de homens armados desde 2017, incluindo raptos, sequestros e assassínios de cidadãos albinos, pedindo também ações do Governo para travar estes crimes.
O actual líder da Renamo foi candidato presidencial nas eleições gerais de 09 de Outubro de 2024, obtendo 6% dos votos, o pior resultado de um candidato apoiado pelo partido, a principal força de oposição em Moçambique desde as primeiras eleições em 1994.
Na conferência de imprensa de hoje, o líder da Renamo desafiou o actual Governo da Frelimo a avançar com a despartidarização do Estado, combate à corrupção e uma governação centrada no cidadão.