África
Guiné: líder da junta apontado como favorito das eleições deste domingo após golpe de 2021
Os guineenses votam hoje, 28, para eleger um novo presidente nas primeiras eleições do país desde o golpe de 2021. De acordo com especialistas, as eleições que decorrem com a oposição enfraquecida resultará numa provável vitória do líder da junta, general Mamadi Doumbouya.
As eleições são igualmente interpretadas como o culminar de um processo de transição que começou há quatro anos, depois de Doumbouya ter deposto o Presidente Alpha Condé.
O líder da junta procedeu à repressão da principal oposição e dissidência, dizem os críticos, deixando-o sem grande oposição entre os outros oito candidatos na corrida.
Pelo menos mais de 50 partidos políticos foram dissolvidos no ano passado, numa medida que as autoridades alegaram ter sido para “limpar o tabuleiro de xadrez político”, apesar das críticas generalizadas.
Um total de nove candidatos disputam as eleições, e o adversário mais próximo de Doumbouya é o pouco conhecido Yero Baldé, do partido Frente Democrática da Guiné, que foi ministro da Educação no governo de Condé.
Dois candidatos da oposição, o antigo primeiro-ministro Lansana Kouyaté e o antigo ministro do governo Ousmane Kaba, foram excluídos por motivos técnicos, enquanto os líderes de longa data da oposição Cellou Dalein Diallo e Sidya Touré foram forçados ao exílio.
Apesar dos ricos recursos minerais da Guiné, incluindo o facto de ser o maior exportador mundial de bauxite, utilizada para produzir alumínio, mais de metade dos seus 15 milhões de habitantes enfrentam níveis recordes de pobreza e insegurança alimentar, de acordo com o Programa Alimentar Mundial.
