Politica
General Kopelipa pode ser absolvido de todos crimes de que vem sendo acusado, diz analista

O general Manuel Hélder Vieira Dias Júnior “Kopelipa”, pode ser absolvido de todos os crimes que vêm sendo acusado, pelo facto de o Ministério Público reconhecer, esta segunda-feira, 13, não ter conseguido reunir provas suficientes para sustentar a maioria das acusações contra o antigo homem de confiança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, no “mediático caso dos generais”.
Assim sendo, o general “Kopelipa” responde apenas pelo crime de tráfico de influências.
Para o analista político Joveth de Sousa, em declarações à Rádio Correio da Kianda, este julgamento faz-lhe recordar igualmente do processo de “Burla a Tailandesa”, prevendo um desfecho semelhante com casos cujos acusados são figuras políticas de destaque.
“Este é mais tipo aquele julgamento em que Norberto Garcia acabou depois de ter absolvido de todos os crimes de que vinha sendo acusado, e nada me vai admirar ou espantar que isso venha acontecer pelos sinais com o general Kopelipa, que já viu parte da acusação retirada” justificou o analista.
Durante a exposição, o representante do Ministério Público admitiu não ter conseguido preencher os requisitos dos crimes de peculato, burla por defraudação, falsificação de documentos, associação criminosa e abuso de poder, apontando fragilidades na produção de prova e falta de elementos que sustentassem essas acusações.
Já o jurista Fernando Kawewe disse que o julgamento dos antigos homens de confiança do ex-Presidente José Eduardo dos Santos é apenas uma cosmética jurídica que cujos objectivos não passam de uma plena distracção.
Fernando Kawewe disse que as falhas constantes desde o seu arranque, davam sinais de que o julgamento não tinha pernas para andar.
Para o especialista, essa justificação do Ministério Público já não colhe, pelo facto de as provas serem públicas e as evidências são notáveis.
Fernando Kawewe afirmou ainda por outro lado que este julgamento está a retroceder o processo judicial angolano, pelo facto de os aplicadores de justiça estarem a claudicar pondo em perito todas as instituições, retirando cada vez mais a confiança dos cidadãos angolanos.
Dessa forma, o Ministério Público pediu a condenação de Kopelipa apenas por tráfico de influências, enquanto para Dino, Yiu Haiming e Fernando Gomes dos Santos solicitou condenações pelos crimes de burla por defraudação, branqueamento de capitais, tráfico de influências e falsificação de documentos.
No caso das três empresas, a acusação requer que sejam condenadas por tráfico de influências e branqueamento de capitais, além da perda a favor do Estado dos bens arrolados no processo e da aplicação da medida de perda alargada de bens.
O processo, identificado com o número 38/2022, está relacionado com alegados esquemas de gestão e investimentos durante o período de reconstrução nacional em Angola, financiado pela China através do grupo CIF.