África
Exército da RDC pretende tomar de assalto Kigali até domingo

As tropas da República Democrática do Congo tomaram de assalto Tchizengui, uma das cidades do Ruanda, onde estão a ser travados fortes combates com as tropas de Kigali. O exército congolês, segundo a fonte da Rádio Correio da Kianda, está determinado até ao próximo domingo, chegar a capital do Ruanda, Kigali, segundo fez saber Corrent Massota, a partir de Kinshasa.
Massota disse ainda que um grupo de jovens protestou defronte à Presidência da República congolesa, para exigir equipamento militar e arenáveis para a sua transportação da capital do país, à frente de combate, no Leste, em solidariedade ao exército, com vista a travar a ofensiva do M23.
O ambiente é tenso, por isso, essa terça-feira foi designada como “dia morto”, com a cidade de Kinshasa as moscas, excepto os grupos de jovens que exigiam a sua inserção no exército.
O nosso interlocutor confirmou a destruição na totalidade da Embaixada do Ruanda, e as embaixadas de França, Bélgica e Uganda foram destruídas parcialmente.
Já o jornalista Eric Izami garantiu que a cidade de Goma já está sob controlo das forças governamentais, falando, igualmente, que há outras zonas ocupadas pelo exército da RDC no Ruanda para além da cidade de Kinseyi.
O cientista político, Eurico Gonçalves disse ainda que o clima sombrio agora instalado, expressa o distanciamento da paz definitiva entre os dois países, assim como causa a destruição de vidas humanas e de infra-estruturas.
Eurico recomendou o reatar do diálogo entre Kinshasa e Kigali, para se encontrar a paz. Sobre a investida do exército da RDC defendeu que simboliza a retaliação da tentativa da ocupação da cidade de Goma, pelo M23 com o alegado apoio do Ruanda.
Por sua vez, o professor universitário moçambicano, Arsénio Cuco, destacou a gravidade dessa crise que perdura há muitos anos. Cuco sublinhou que, “a missão da ONU na RDC não tem conseguido trazer estabilidade, e Angola, que se apresenta como principal negociadora da paz, de igual mod,o não tem encontrado soluções eficazes para acabar com a violência”.
O professor universitário avançou que a presença das tropas do Ruanda em Moçambique e na RDC, revela a pretensão daquele país querer se transformar em potência bélica em África.
Em dois telefonemas efectuados na tarde desta terça-feira, 28, o Presidente da República, João Lourenço, abordou com o Presidente em exercício da União Africana, Chefe de Estado da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouani, e o Presidente da Guiné Equatorial, Teodoro Obiang Nguema Mbasogo, a escalada da tensão na República Democrática do Congo.
Com Mohamed Ould Ghazouani, a paz e a segurança em África, “com incidência muito particular para os casos mais críticos como a situação no Leste da RDC”, foi o tema da conversa, segundo a Presidência, considerando que Angola vai assumir a presidência rotativa da União Africana, no próximo mês de Fevereiro.
Já com Teodoro Obiang Nguema Mbasogo foi analisada a “tensa situação” na República Democrática do Congo.