Sociedade
Especialistas anteveem mercantilização do ensino com subida das propinas

O especialista em gestão e administração pública Denílson Duro disse ser injustificável que o ensino público não seja capaz de responder a demanda, o que na sua opinião constitui uma clara incompetência.
Estas declarações formam feitas esta quinta-feira, 26, no espaço “Tem a Palavra”, do programa Capital Central, da Rádio Correio da Kianda, que abordou sobre a “subida das propinas nas instituições de ensino privadas”.
Denílson Duro denuncia a existência de um suposto oportunismo, onde o governo com conivência de operadores privados, inibe a proliferação de instituições escolares, quer no ensino superior quer no ensino geral dando lugar ao negócio e mercantilização do sector da educação.
Já o sociólogo Carlos Conceição alerta o bom senso e a honestidade de que alguma coisa deve ser feita, quanto a subida das propinas nas universidades, afirmando existir no país, instituições superiores que cobram preços muito abaixo dos praticados nos colégios, o que na sua opinião colocam em causa a qualidade do ensino.
O economista Pedro Cajama afirma que “a medida vai afectar em primeira instância as famílias com menos poder financeiro, o que na sua opinião, poderá posteriormente constituir-se na elitização do ensino superior e criar restrições no acesso a formação superior”.
As universidades privadas estão autorizadas a aumentar as propinas para o próximo ano académico ou lectivo, na ordem dos 20,74%.
Em causa está uma autorização concedida por decreto que permite ajustamento de preços com base na inflação homóloga registada nos meses de Maio de cada ano.
De acordo com o que o governo definiu, as instituições de ensino superior passam a ajustar o valor das propinas, com base na taxa de inflação, tal como aconteceu nos últimos 3 anos lectivos em que algumas universidades e institutos superiores aumentaram as propinas, obedecendo o limite.