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Em Moçambique: Polícia recupera sede da Renamo e retira antigos guerrilheiros
A Unidade de Intervenção Rápida (UIR) da polícia moçambicana recuperou esta quarta-feira a sede nacional da Renamo, em Maputo, disparando tiros e gás lacrimogéneo para acabar com o protesto de antigos guerrilheiros, registando-se pelo menos um ferido.
Cerca das 13h50 (12h50 em Lisboa), elementos da UIR irromperam pela sede ao mesmo tempo que os disparos, consecutivos e que se prolongaram durante vários minutos, provocaram os gritos de quem estava na avenida Ahmed Secou Touré, centro de Maputo, que pouco antes tinha sido fechada ao trânsito pela polícia.
Foi visível – à saída forçada pela polícia destes antigos guerrilheiros, que contestam a liderança do partido -, que pelo menos um deles ficou ferido durante a operação, sangrando, apesar das audíveis instruções de um dos comandantes da força para uma intervenção sem violência.
O protesto dos desmobilizados da Renamo na sede nacional, exigindo a saída do presidente do partido, Ossufo Momade, já se prolongava desde 15 de maio, com cerca de meia centena de antigos guerrilheiros a ocupar o espaço desde então.
Perante um forte aparato policial no exterior, a intervenção de hoje prolongou-se por cerca de 30 minutos, com os elementos da UIR, com tiros que ecoavam fortemente do interior, a vasculhar todas as divisões da sede, retirando os antigos guerrilheiros, entre homens e mulheres, para um autocarro entretanto posicionado no exterior.
Não é conhecido o destino destes antigos guerrilheiros levados pela polícia. Entretanto, à saída, estes entoavam frases de apoio ao partido e a Afonso Dhlakama.
A direcção da Renamo tem apelado ao respeito pelos órgãos do partido, pedindo que as divergências, que estão a levar antigos guerrilheiros a tomar instalações em todo país, sejam resolvidas internamente.
Ossufo Momade, cuja liderança já tinha sido questionada anteriormente, assumiu a presidência da Renamo em Janeiro de 2019, após a morte de Afonso Dhlakama e foi reeleito para o cargo em maio de 2024, num processo fortemente contestado internamente.