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Caos informático: Angola sem registos de anomalias nos sistemas

Angola não reportou ainda anomalias nos seus sistemas informáticos, disse esta sexta-feira, 19, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC), num comunicado enviado à redacção do Correio da Kianda. Todavia, prossegue a nota, “poderão existir constrangimentos em função desta ocorrência tecnológica que afecta o sector globalmente”.
Em causa, está o caos informático que se está a verificar na sequência de um problema global de Tecnologias de Informação (TI), que afectou várias companhias aéreas em todo o mundo.
Na origem do problema está uma grande falha informática, ligada à empresa norte-americana de cibersegurança CrowdStrike, que provocou o caos em empresas de todo o mundo.
“O problema global de software obrigou muitos bancos, companhias aéreas, aeroportos, empresas de radiodifusão, entre outros sectores a ficarem offline e fez com que muitos computadores com Windows se avariassem subitamente. A empresa informática afirmou que está a envidar todos os esforços para mitigar a situação o mais rapidamente possível, estando consciente da grave degradação dos seus serviços, mas acrescentou que alguns dos mesmos estão restaurados, contudo mantêm-se impactados o Microsoft Teams, Microsoft Purview, Microsoft 365 admin center, Microsoft Fabric e o PowerBI, segundo a revista semanal norte americana Newsweek”, cita, o comunicado.
Entretanto, problemas nos sistemas estão a ser relatados um pouco por todo mundo. A rede CNN, destaca que pelo menos 130 voos de companhias aéreas norte-americanas foram cancelados e outros 200 ficaram em terra. Na Índia, atrasos massivos de voos foram relatados.
Israel, Irlanda, Austrália, Nova Zelândia dentre outros países, também registaram problemas em sistemas de bancos, aeroportos e hospitais.
Por cá, “a ANAC destaca a importância de reforçar a cibersegurança e implementar medidas preventivas para evitar futuras interrupções nos sistemas de navegação e controlo aéreo, bem como, reitera o seu compromisso em colaborar com as entidades internacionais para melhorar a resiliência e segurança dos sistemas informáticos na aviação civil angolana e global”.
Quem é a Crowdstrike?
Fundada em 2011, a CrowdStrike tem como um dos principais produtos o CrowdStrike Falcon, “que fornece indicadores de ataque em tempo real, detecção hiperprecisa e protecção automatizada contra possíveis ameaças à segurança cibernética, segundo descrito no site da empresa.
Usado por diversas empresas da Fortune 500, o índice das maiores empresas listadas na Bolsa de Nova York, O software de segurança cibernética da CrowdStrike detecta e bloqueia ameaças de hackers. Entretanto, como outros produtos de segurança cibernética, o software requer acesso profundo ao sistema operacional de um computador para verificar essas ameaças.
O que está acontecendo é que os computadores que executam o Microsoft Windows parecem estar a travar devido à maneira incorrecta como uma actualização de código de software emitida pela CrowdStrike interage com o sistema Windows.
“As interrupções foram causadas por um defeito encontrado em uma única atualização de conteúdo de seu software nos sistemas operacionais Microsoft Windows”, de acordo com o CEO da empresa, George Kurtz, garantindo “que uma correcção já foi implantada”.
Recordar que a CrowdStrike que investigou o ataque russo aos computadores do Comitê Nacional Democrata durante as eleições de 2016 nos EUA.